Nos últimos dias o decreto que determinou a extinção da Reserva Nacional de Cobre e seus associados (Renca) causou diversos movimentos e repercussão.

Diante disso o governo voltou atrás e refez o texto do decreto explicando melhor como seria essa exploração de minério em plena Amazônia.

Para entendermos o que está em jogo vamos por partes.

O que afinal é a Reserva Nacional do Cobre e Associados (RENCA)?

A RENCA se refere a uma área de 46.450 km² criada em 1984 e bloqueada aos investidores privados.

Na prática, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) teve a exclusividade para conduzir os trabalhos de pesquisa geológica para determinar e avaliar as ocorrências de cobre e minerais associados.

As descobertas deveriam ser negociadas com empresas de mineração, para fins de viabilizar as atividades de extração.

A CPRM realizou trabalhos de pesquisa na área, que foram capazes de identificar a ocorrência de depósitos de algumas substâncias.

Posteriormente a CPRM se tornou uma empresa publica e teve sua atuação no setor restringida.

O que diz o novo decreto

O decreto n° 9.147/17  extingue a Reserva Nacional de Cobre e seus associados.

Com isso a exploração volta a ser feita pela iniciativa privada.

Nesse novo decreto há a ressalva de que unidades de conservação da natureza ou terras indígenas demarcadas não deve haver exploração mineral.

Também prevê que seja feita a correta destinação e o uso sustentável da área.

Bem como o dimensionamento do impacto ambiental da exploração mineral e o emprego de tecnologia capaz de reduzir o impacto ambiental.

Na prática, o governo só está tornando legal uma exploração que já ocorre de maneira ilegal e sem regras.

Se no nosso país houvesse fiscalização e as leis fossem cumpridas, talvez melhorasse a exploração ilegal dos nossos recursos.

Como infelizmente não é assim, só abre possibilidade para que empresas causem desastres ambientais, como o de Mariana, de maneira legal.

Como esse tipo de decreto afeta a sua vida?

Quem mora longe Amazônia  e dessa reserva pode se perguntar: o que pode mudar na minha vida se a floresta for destruída?

Muita coisa!

Primeiro que é o nosso recurso que está indo embora.

Segundo que a extração mineral é uma das mais destrutivas formas de exploração.

E compromete a nossa floresta Amazônica.

A Amazônia é um dos lugares mais ricos em biodiversidade e que atraí atenção mundial.

Ela é importante por diversos motivos:

Filtragem e reprocessamento da produção mundial de gás carbônico

A floresta tem um papel-chave na redução dos níveis de poluição.

Para entendermos melhor como isso funciona, vamos tomar como exemplo o gás carbônico (CO2).

Cujas emissões provêm tanto de fontes naturais como da atividade humana.

Nos últimos 150 anos, os seres humanos têm lançado quantidades enormes de CO2 no ar por meio da queima de combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás natural – e esta é uma das principais causas das mudanças climáticas no planeta.

A floresta pode curar você

Há uma ligação entre os remédios guardados nos armários de sua casa e a vida silvestre da Amazônia.

Plantas e animais servem como base para a fabricação de medicamentos.

Além disso, há um enorme potencial inexplorado da biodiversidade.

Regula o clima

A floresta funciona como um parque gigante, as plantas regulam a temperatura e a umidade de toda região.

É uma fonte muito importante de vapor de água para a atmosfera global, sendo a principal fonte de vapor nas regiões tropicais.

Então isso, por si só, mostra a importância da Amazônia para sustentar o ciclo de água do mundo todo.

Continuemos a luta pela conservação dos nossos recursos e biodiversidade.