O uso de experimentos no ensino de ciências é uma importante ferramenta.

Principalmente para que o aluno construa o conhecimento estabelecendo uma relação com a teoria e a prática.

Mas o que caracteriza uma atividade experimental?

Será que qualquer coisa que fazemos diferente de lousa e giz pode ser considerado um experimento?

O experimento deve ser utilizado para além de comprovar a teoria ou como uma receita a ser seguida.

Para ser efetivo no ensino precisa oferecer condições para que os alunos possam levantar e testar hipóteses e suposições sobre os fenômenos.

Além disso, é uma oportunidade de se trabalhar a argumentação e dar inicio a alfabetização científica.

Um aspecto importante de um experimento é o desafio cognitivo que ela oferece ao aluno

Ou seja, vai muito além do que o simples manuseio de equipamentos e vidrarias.

Os alunos devem estabelecer conexões entre a atividade em questão e os conhecimentos conceituais correlacionado.

E diferente de uma demonstração em que o professor faz tudo e os alunos observam, um experimento prioriza  a participação dos alunos.

Ou seja, que os alunos possam não apenas fazer as etapas do experimento, mas também propor quais combinações ou testes executaria para resolver determinado problema.

A utilização de demonstração é justificada em casos em que o professor deseja economizar tempo.

Ou quando não dispõe de material em quantidade suficiente para toda a classe.

Em alguns casos serve também para garantir que todos vejam o mesmo fenômeno simultaneamente.

O que garante um ponto de partida comum para uma discussão ou para uma aula expositiva.

Já o experimento deve possibilitar que o aluno perceba erros e analise as informações comparando-as com seu conhecimento.

Sendo assim, os erros não devem ser ignorados.

Mas valorizados para gerar reflexões e possibilitar o uso da capacidade de raciocínio.

No entanto, normalmente são dadas poucas oportunidades para discutir fontes experimentais de erro.

Ou até mesmo formular hipóteses e propor maneiras de testar essas hipóteses.

Ou então planejar e depois realizar uma experiência.

Discutir é preciso!

Se os alunos não participarem de uma discussão após os experimentos, perde-se muito do valor de uma investigação interessante.

Já que as discussões antes e depois da realização da atividade podem melhorar a aprendizagem.

Principalmente quando é dado tempo aos alunos para pensarem sobre perguntas e respostas.

Os experimentos por si só não são suficientes para modificar a forma de pensar dos alunos.

Ou seja, é necessário o acompanhamento constante do professor.

Que deve direcionar os alunos dando elementos para que os mesmo apresentem explicações para os resultados encontrados.

E propor se necessário, uma nova situação de desafio (Bizzo, 2002).

A mediação do professor tem papel fundamental no direcionamento dos alunos

Principalmente em questões investigativas para ir além de uma simples observação e manipulação de utensílios no laboratório ou sala de aula.

Portanto, ações como exemplo incentivar a falar e a ouvir, exemplificar o que é um argumento, assim como o que é hipótese são fundamentais para o processo de ensino aprendizagem.

Bem como ações do professor no sentido de incentivar o posicionamento valorizar diferentes posições, verificar evidências, fornecer evidências, solicitar justificação, enfatizar ou corrigir justificação.

E também utilizar escrita no quadro ou trabalho escrito.

Além de preparar apresentações, avaliar argumentos e estimular a reflexão.

São todas essas ações que proporcionam ao aluno suporte para desenvolver a experimentação de maneira a obter resultados relevantes no aprendizado.

Todas essas ações auxiliam o aluno a desenvolver raciocínio direcionando ao que observar, a contestar ideias apresentadas por colegas, e ver o experimento como parte da ciência.

A experimentação, com a utilização de roteiro ou não, se não for bem conduzida, pode abrir tantas possibilidades de ideias para os alunos que depois é difícil concluir de maneira condizente ao objetivo proposto.

O que acaba não causando relevância na aprendizagem do aluno.

Assim é necessário que o professor saiba selecionar e conduzir as possibilidades que contribuem para a conclusão que ele objetivou na aula.

E também é necessária uma integração entre aulas teóricas e experimentos.

Utilizando ambas como forma de se aproximar do saber e da linguagem científica.

E não apenas como confirmação de conteúdos trabalhados na sala de aula.

Um lugar bacana que reúne experimentos para a biologia pode ser visto aqui.