Você já deve ter ouvido que aquele pó das asas das borboletas que fica na mão quando as pegamos causa cegueira.

Mas será que isso é verdade?

O que afinal seria aquele pó das asas das borboletas?

Para entender o que acontece vamos conhecer um pouco da estrutura das asas das borboletas.

As borboletas possuem dois pares de asas (4 asas).

As anteriores ou dianteiras geralmente são mais desenvolvidas que as posteriores ou traseiras, sendo também as mais ativas no voo.

Em geral, as asas dianteiras são triangulares e as traseiras arredondadas ou ovalares.

As asas das borboletas são constituídas de membranas e nervuras.

Na membrana alar se prendem escamas que cobrem total ou parcialmente as asas.

Em algumas subordens e espécies de borboletas, além das escamas, na extensão da asa é constituída também por cerdas ou espinhos microscópios menores e não articulados com as escamas.

asas das borboletas

Tais escamas variam consideravelmente na forma e no tamanho e na função.

As mais curtas são de revestimento, dispõem-se regularmente em linhas seriadas, imbricadas umas sobre as outras, como telhas de um telhado.

As mais longas encontram-se principalmente na franja e nas demais regiões do corpo.

asas das borboletas

As escamas de diversas asas das borboletas pelas lentes de macrofotografia do fotógrafo Linden Gledhill.

É também função das escamas a difração dos raios luminosos incidentes sobre a superfície finamente sulcada.

Essa difração resulta as cores brilhantes das asas das borboletas.

Além de cores puramente estruturais, há cores chamadas de pigmentares.

Assim a presença de pigmentos nas escamas como por exemplo uratos, dão a cor branca.

Já os pigmentos carotenoides são responsáveis pela cor amarela e vermelha.

E a melanina, determinante das tonalidades escuras.

As cores servem também para regular a temperatura corpórea das borboletas.

Os desenhos que resultam da coloração das escamas, geralmente formando manchas ou faixas de aspecto variável, constituem, em alguns grupos de borboletas características para o reconhecimento das espécies.

Há também escamas diferenciadas da de revestimento dotadas de função especial.

São glândulas modificadas em escamas secretoras de fluido odorante, cujo cheiro deve ter influência notável na aproximação dos sexos.

Tais escamas, ou se implantam entre as escamas comuns em várias partes da asa, ou se localizam em determinada área da asa dos machos (stigma) de borboletas e de várias mariposas.

Outras escamas especializadas são as que se acham em relação com terminações nervosas e que funcionam provavelmente como órgãos sensoriais.

Todas essas escamas de diferentes formas e funções, inserem-se em ambas as faces da asa e são elas que constituem a poeira fina que se prende aos dedos quando se toca em borboletas.

Ou que se desprende do seu corpo, quando, presos, se debatem.

Então o que acontece quando tocamos nas asas das borboletas e esse pó chega aos nossos olhos?

Essa “poeira” em contato com as mucosas dos olhos provoca uma reação alérgica que pode se manifestar como uma irritação ou uma inflamação passageira.

As escamas das asas das borboletas causam a mesma reação que qualquer outro corpo estranho com os olhos.

A irritação é um mecanismo para eliminar aquele corpo do olho.

Não há nenhum relato que escamas de borboletas causaram lesões oculares ou cegueira.

Portanto, pó das asas das borboletas não causam cegueira.