Sapo é o nome comum utilizado para designar todos os anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas), os desprovidos de cauda.

Sapos geram lendas e crenças populares que despertam a curiosidade de crianças e adultos.

Mas a falta de conhecimento da sociedade para com determinadas espécies pode induzir seu extermínio banal.

É comum a visão de um rótulo negativo perante os anfíbios.

Você provavelmente já ouviu que a urina de sapo pode causar “cobreiro” ou que poderia cegar quando em contato com os olhos, não é?

Na realidade os sapos urinam quando se sentem ameaçados e não causa cegueira, nem sequer cobreiro.

O termo “cobreiro” ou hérpes-zóster se refere a uma doença caracterizada por inflamações cutâneas – causada pelo mesmo vírus da catapora – nada tem a ver com sapos.

A população acaba matando ou maltratando sapos pela aversão ou antipatia com os mesmos, sendo que muitas pessoas nem conhecem a importância que os anuros desempenham na natureza.

O exemplo mais comum de maltrato é as pessoas jogarem sal de cozinha nos sapos que encontram em seus quintais, ou nas pererecas que procuram refúgio nas paredes dos banheiros.

É também comum a crença de que o sapo “derrete” quando se joga sal sobre ele.

Mas isso não é verdade!

Sapos são animais ectotérmicos, ou seja, a temperatura corporal varia de acordo com a temperatura ambiente.

E precisam manter a umidade da pele para respiração cutânea (por isso sua pele é úmida e fria). 

A epiderme deve ser muito vascularizada para que isso ocorra.

A pele desses animais serve não só como parte da troca gasosa mas também para defesa contra microrganismos e injúrias ambientais.

Mas o que a respiração do sapo tem a ver com o que acontece quando se joga sal?

Tudo.

A respiração cutânea ocorre por difusão, ou seja, as partículas de gases (O2 e CO2) se movimentam de onde estão em maior concentração para a menor concentração.

Isso significa que o oxigênio do ambiente entra pelos poros e cai na corrente sanguínea do animal.

Então quando você joga sal, a pele do sapo perde parte da sua umidade e da sua capacidade respiratória.

Isso significa que o sapo fica desidratado, o que causa asfixia.

Além disso sua pele fina deixa os vasos sanguíneos bem mais expostos ao composto, aumentando a sua pressão sanguínea.

E sim, ele sente dor com isso.

Importante lembrar que além da respiração cutânea, os sapos têm respiração pulmonar também.

Mas os pulmões têm uma capacidade muito menor que a dos humanos de absorver gases.

Por isso, cerca de metade da absorção de oxigênio acontece por meio da pele.

Mas e se todos os sapos do mundo morressem?

As pessoas precisam compreender que não existe organismo vivo que não possui nenhuma função em nosso planeta, todos os seres vivos têm sua devida importância.

Sapos são componentes muito importantes nas cadeias e teias ecológicas.

Atuam como agentes controladores de população de insetos e outros invertebrados, impedindo a proliferação de pragas e epidemias, como da dengue, por exemplo.

Além disso são parte da dieta de répteis, aves e mamíferos.

São também importantes indicadores das condições de impactos ambientais, indicando a saúde geral de um ecossistema.