As flores possuem diferentes tipos de óvulos de acordo com a família a que pertence.

E por que isso importa?

É uma característica morfológica importante não só para compreender e identificar espécies como também para saber como elas funcionam.

É considerada nas flores a curvatura do funículo e a torção da nucela para que os óvulos possam ser classificados em:

óvulo
  • Ortótropo

É o óvulo reto que não apresenta nenhuma curvatura.

Assim o funículo, chalaza e micrópila (voltada para cima) estão em linha reta.

E os óvulos ortótropos são raros em Angiospermas e frequentes entre as Gimnospermas.

  • Anátropo

Este é o tipo de óvulo mais comum entre as Angiospermas.

Nele o funículo sofre uma grande curvatura.

O óvulo sofre uma rotação de 180° e a micrópila se aproxima do funículo.

No entanto, a curvatura não afeta a forma do saco embrionário.

  • Anfítropo

Quando ocorre uma curvatura semelhante à anterior, mas em que há também curvatura do saco embrionário.

Assim, a chalaza não está oposta à micrópila.

  • Campilótropo

Tipo de óvulo que apresenta uma curvatura sem afetar o saco embrionário.

Neste caso a chalaza não fica oposto à micrópila, como acontece no óvulo anátropo.

Como o tipo de óvulo modifica a placentação

óvulos

A região do ovário à qual os óvulos estão presos, cada um pelo seu funículo, é denominada placenta.

Assim, a disposição ou localização da placenta ou placentas no ovário é denominada placentação.

E é variável nas diferentes flores.

Os principais tipos de placentação são:

  • Parietal

Os óvulos estão presos à parede do ovário ou as suas expansões.

  • Axilar

Os óvulos estão presos na parte central de um ovário composto na axila dos septos.

E neste caso o ovário apresenta número de lóculos igual ao número de carpelos.

  • Central Livre ou Axial

Os óvulos estão ligados ao longo (ou na porção distal) de um eixo central livre na porção superior do ovário.

Mas ligado à sua base.

E essa característica é exclusiva de ovários uniloculares.

  • Basilar ou basal

Aquela em que os óvulos se inserem no fundo da cavidade do ovário.

Como por exemplo em Chenopodiaceae

  • Apical

Quando os óvulos estão inseridos no ápice do ovário.

Megasporogênese e megagametogênese

ovulo

O óvulo forma-se na cavidade do ovário (lóculo) e inicialmente começa a crescer como uma protuberância, o nucelo.

À medida que ocorre o desenvolvimento, começam a crescer os tegumentos (1 ou 2), que envolvem o nucelo, exceto na região da micrópila.

Cada óvulo encontra-se ligado à placenta pelo funículo.

No interior do primórdio do óvulo, uma das quatro células torna-se mais evidente que as outras, maior em tamanho, citoplasma mais denso e núcleo mais conspícuo.

óvulosEsta célula chamada de megasporócito (2n) geralmente é a célula-mãe dos megásporos.

Após uma meiose a célula-mãe do megásporo (2n) dará origem a 4 megásporos (n).

Três desses megásporos geralmente degeneram.

O megásporo funcional vai então se desenvolver e dar origem ao megagametófito, que será chamado de saco embrionário.

Inicialmente o megásporo cresce e o seu núcleo se divide.

Os núcleos filhos migram para os pólos do saco embrionário, agora binucleado.

Cada um dos núcleos sofre ainda duas divisões sucessivas, resultando um saco embrionário com 8 núcleos.

De cada pólo um núcleo migra para o centro do saco embrionário; são os núcleos polares.

A seguir formam-se paredes celulares.

No centro forma-se uma célula binucleada (com 2 núcleos polares); esta é a célula mãe do endosperma.

Na extremidade micropilar tem-se duas sinérgides mais a oosfera.

Na extremidade oposta formam-se três células denominadas antípodas.

Neste estágio, o óvulo está pronto para ser fecundado.

Em resumo, a célula-mãe do megásporo (2n) dá origem aos megásporos (n).

Um dos quais vai crescer e formar o saco embrionário (n), com todos os núcleos (n) que posteriormente vão receber suas porções de citoplasma, formando as sete células, uma das quais binucleada (n+n).

Além deste, existem vários outros tipos de saco embrionário.