As abelhas desempenham papéis cruciais na polinização de plantas, contribuindo para a biodiversidade e a segurança alimentar.

Além da sua importância ecológica, possuem uma incrível diversidade de espécies.

Mas o que você sabe elas, além de que produzem um delicioso mel e eventualmente podem ocasionar algum acidente?

Reunimos aqui algumas curiosidades sobre estes incríveis insetos.

Vamos conhecer mais?

1- Nem todas são sociais

Apesar das abelhas serem famosas pela sua organização social, a maior parte das espécies é solitária.

Ou seja, não vivem em colônias.

Nesse caso, uma única fêmea coleta alimento, deposita ovos, constrói e defende seu ninho.

Logo após cumprir essas tarefas, morre, antes mesmo dos seus filhos nascerem.

Os ninhos podem ser construídos em orifícios de madeira em decomposição, na terra, por exemplo.

Uma outra curiosidade sobre as abelhas solitárias é nem todas podem ferroar.

Além disso, não produzem mel, pois a fêmea busca nas flores o néctar (fonte de energia) que necessita para ela e para o seu ninho.

A abelha solitária mais popularmente conhecida é a mamangava, da família Apidae.

Outras famílias conhecidas são a Andrenidade e a Megachilidae.

abelhas

2- Comunicação sofisticada

As abelhas têm um sofisticado sistema de comunicação que inclui danças, sons e substâncias químicas (feromonios).

Começando pela dança, é um importante meio de comunicação porque através dela as operárias podem informar a distância e a localização exata de uma fonte de alimento, um novo local para instalação do enxame, e se existe ou não a necessidade de ajuda na higiene.

Além disso, pode impedir que a rainha destrua novas realeiras e estimular a enxameação.

As abelhas costumam realizar três tipos de dança: dança em círculo, dança em forma de oito e dança da foice.

Outra forma de comunicação das abelhas é pelo som.

O zunido das abelhas, conhecido como sibilante ou “piping”, é um som produzido pelas operárias durante a enxameação.

Esse som ocorre entre rainhas virgens que acabaram de nascer e aquelas que ainda estão por nascer, além de ser emitido em várias situações por rainhas fecundadas.

Já a comunicação pelos feromônios, regulam o comportamento do enxame.

Assim, cada sinal químico tem uma função específica.

Por exemplo, o  feromônio da rainha inibe a reprodução das operárias e ajuda a manter a coesão social do enxame.

E também sinaliza a presença da rainha.

Já o feromônio de alarme é liberado pelas abelhas em resposta a ameaças, como predadores.

Alerta outras abelhas para se defenderem ou atacarem.

Enquanto que o feromônio de pouso indica locais seguros para pousar e se reunir, ajudando na orientação do enxame.

Assim como o feromônio de encontro, que ajudam as abelhas a se localizarem umas às outras, especialmente em locais ricos em recursos.

3- Quanto cada abelha produz?

Já se perguntou quanto tempo leva para produzir um vidro de mel?

Cada abelha operária pode produzir, em média, cerca de 5 gramas de mel durante toda a sua vida, que normalmente dura cerca de 6 semanas.

E para isso, uma abelha visita de 50 a 1000 flores por dia.

É importante notar que esse valor pode variar dependendo da espécie de abelha, da disponibilidade de flores e das condições ambientais.

4- O mel é vômito das abelhas?

Na verdade, não!

Essa ideia se popularizou devido ao fato das abelhas operarias recolherem o néctar de várias flores e o transportarem no seu estômago até à colmeia e regurgitarem o néctar para outras abelhas.

Mas o estômago onde o néctar é carregado é uma espécie de bolsa, um órgão exclusivo para este fim.

E o mel nada mais é do que uma mistura de néctar, própolis da cera e pólen.

Quando o néctar é regurgitado outras abelhas transformam os açúcares complexos do néctar (sacarose) em açúcares mais simples (frutose e glicose) com a ajuda de enzimas.

Depois deste processo, o néctar é armazenado em favos, e as abelhas começam a bater as asas mais depressa para aumentarem a temperatura da colmeia.

Quando grande parte da água evapora, o néctar transforma-se em mel, ficando com uma consistência mais espessa.

No final, as abelhas fecham os favos com cera, e depois alimentam-se do mel principalmente durante o inverno.

5- Grandes distâncias e velocidade

As abelhas batem as asas em alta frequência, com algumas espécies chegando a até 200 batidas por segundo.

Quanto à velocidade, elas podem voar em média a cerca de 15 a 20 km/h, mas algumas podem alcançar até 25 km/h em curtas distâncias.

O que é bastante coisa para um inseto.

Além disso, podem voar até 5 quilômetros em busca de néctar, embora algumas espécies possam alcançar distâncias de até 10 quilômetros ou mais se necessário.

No entanto, elas tendem a preferir áreas mais próximas à colônia, geralmente dentro de um raio de 2 a 3 quilômetros, onde podem encontrar flores abundantes.

6 – GPS das abelhas

As abelhas se orientam em relação aos seus ninhos de três maneiras diferentes: pontos de referência, movimento do sol e luz polarizada.

Em relação aos ponto de referência, as abelhas memorizam a posição de pedras, touceiras de capim e qualquer outra estrutura próxima a entrada do ninho que possa facilitar a sua localização a curta distância.

Também utilizam o olfato para se certificar de que aquele ninho é o seu.

Outra forma da abelha se localizar é por meio do movimento do sol.

Quando a abelha se encontra longe da área do seu ninho, e não pode ver seus pontos de referência, ela se utiliza do movimento do sol no céu para saber a localização do ninho.

Isso é possível porque a abelha memoriza a posição do sol em relação ao ninho cada vez que ela sai.

Como ela possui uma espécie de relógio interno que permite perceber mudanças de cerca de 3 graus na posição do sol, a abelha tem como compensar o movimento do sol no céu em relação a posição real do ninho.

E por fim, a outra possibilidade de se localizar, quando o céu está nublado e a abelha não pode ver o sol diretamente, ela consegue saber a sua posição em relação ao sol e ao ninho utilizando-se da luz do sol polarizada.

Os raios de luz do sol viajam em linhas retas e vibram em ondas que formam aproximadamente um ângulo reto com a direção do deslocamento.

Essas vibrações de onda ocorrem em todas as direções.

Mas no céu azul, a luz é polarizada parcialmente.

Isso é, a maioria das vibrações de onda ocorrem em um único plano, formando ângulos retos com uma linha imaginária entre o observador e o sol.

Esse padrão é visto pelas abelhas desde que haja algum pedaço de céu que não esteja encoberto pelas nuvens.

7- Abelhas estrangeiras

Você sabia que a espécie Apis melífera, a mais conhecida quando se diz abelhas, não é nativa do Brasil?

Foram introduzidas no Brasil em 1840, oriundas da Espanha e Portugal, trazidas pelo Padre Antônio Carneiro.

A intenção era a produção de mel, mas os povos originários das Américas já criavam abelhas nativas, as abelhas sem ferrão, bem antes da chegada dos europeus, utilizando potes de barro e cabaças como colmeias.

As abelhas sem ferrão nativas do nosso país mais conhecidas são a Jataí, Uruçu, Mandaçaia e Jandaíra.