A aranha Trichonephila clavipes (anteriormente chamada Nephila clavipes) pertence ao grupo das aranhas construtoras de teias orbitais, que desenvolveram a capacidade de sintetizar fios adesivos.
Também são conhecidas como aranha do fio-de-ouro, aranha-dourada ou aranha-de-seda-dourada.
O nome é devido à coloração de suas teias, que apresentam um tom amarelado.
São sazonais e passam o período de chuva desaparecidas.
Quando começa a seca, começam a aparecer, constroem teias e ficam de três a quatro meses.
A fêmea costuma ser bem maior que o macho, que fica andando pelas teias como parasitas.
Não são aranhas agressivas e nem apresentam perigo ao ser humano.
Vivem sempre no alto das matas, nunca descem ao chão e enfrentam um desafio ecológico interessante: fazem tudo na teia.
Comem insetos vivos que ficam paralisados nas teias por semanas ou até meses, por ação das neurotoxinas.
O alvo mais comum da teia envenenada feita pelas fêmeas de T. clavipes, que medem entre 2,5 e 4 centímetros (cinco a seis vezes maiores que os machos), são insetos voadores de pequeno porte, como cigarras, libélulas, mosquitos e abelhas.
As aranhas da espécie, comumente encontradas na Mata Atlântica brasileira, costumam montar grandes teias circulares com fios amarelados e altamente resistentes.
Enquanto um fio rígido de seda é usado para estabelecer a moldura da teia, outro, mais viscoso e espiralado, é usado na captura da presa.
Ele é formado por uma camada externa de seda adesiva revestida por uma película oleosa.
Dois tipos de glândulas das aranhas são responsáveis pela produção dessas estruturas.
Os fios espiralados saem das chamadas glândulas flageliformes.
A camada oleosa é depositada de forma simultânea pelas glândulas agregadas, que produzem as gotículas visíveis a olho nu, com neurotoxinas sobre os fios das teias.
No total, os componentes tóxicos encontrados na trama são secretados por sete glândulas abdominais da aranha, também responsáveis pela produção da seda.
As toxinas são mantidas encapsuladas dentro de gotículas oleosas espalhadas por toda a estrutura da teia.
Ao contrário do que pensávamos a teia não é uma simples ferramenta para captura mecânica e aprisionamento de presas, mas sim uma complexa estrutura, que parece desempenhar um papel estratégico “ativo” na captura de suas presas.
Assim, os compostos tóxicos podem ser letais ou paralisantes.
E a presença de certos tipos de ácidos graxos (gorduras) na teia potencializa a atuação dessas substâncias no interior das presas.
O uso de um veneno letal para subjugar a presa, em combinação com a composição da teia, facilita a captura e permite que a aranha tenha um gasto mínimo de energia durante todo o processo.
O processo de secreção de toxinas envolvendo as estruturas de fios de seda é feito de forma constante.
A aranha faz uma manutenção permanente da teia depois de um vento ou quando um predador maior cai sobre os fios e a danifica.
Não é considerada perigosa para humanos.
Sua picada pode causar desconforto local, mas geralmente não apresenta riscos graves.
Desempenham um papel ecológico importante, ajudando no controle de populações de insetos e contribuindo para o equilíbrio dos ecossistemas onde vivem.
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