Os polvos são moluscos pertencentes à classe Cephalopoda, que também inclui sépias e lulas.
Estes animais, considerados os mais complexos entre os invertebrados, são caracterizados por terem corpo mole e tentáculos com ventosas.
Você sabia que todos os polvos têm oito tentáculos flexíveis?
Cada tentáculo possui cerca de 300 ventosas divididas em duas fileiras.
O polvo usa os seus tentáculos para diferentes funções.
Como, por exemplo, pegar alimentos e levá-los à boca, abrir conchas, apanhar animais escondidos entre corais ou embaixo de pedras e, ainda, executar variados tipos de movimento.
Além disso, os tentáculos também são usados para a locomoção, já que os polvos se movimentam rastejando pelo fundo do mar.
As ventosas dos tentáculos dos polvos também possuem diversos receptores sensoriais – especialmente na ponta, sendo capazes de reconhecer texturas e sabores.
É por meio delas que o polvo sente o gosto do ambiente em que está e dos objetos que encontra.
Além disso, é nos tentáculos que estão 70% dos neurônios dos polvos.
Os quais são capazes de se comunicar diretamente uns com os outros, sem passar pelo cérebro central.
Cada ventosa no braço de um polvo pode conter até 10 mil neurônios que desempenham funções de paladar e o tato.
Além disso, se um tentáculo for perdido ou danificado, o polvo pode regenerá-lo ao longo do tempo.
A regeneração pode levar várias semanas a meses, dependendo da extensão do dano e da espécie do polvo.
Durante esse processo, o tentáculo novo cresce e, eventualmente, pode se tornar funcionalmente semelhante ao original.
Sangue azul?
No nosso sangue, o oxigênio é ligado a uma molécula contendo ferro, como parte da hemoglobina, já nos polvos, o oxigênio se liga a uma molécula de cobre.
Para sobreviverem no fundo do mar, em vez de hemoglobina, os polvos têm hemocianina, um composto mais eficaz no transporte de oxigênio quando a temperatura da água é muito baixa.
Trata-se de uma proteína que também está presente no sangue de outros moluscos, crustáceos e aracnídeos, e que serve para transportar o oxigénio de uma forma mais eficiente.
É por isso que o seu sangue é azul, pela composição.
No entanto, apesar de mais eficiente na captura de oxigênio em baixas concentrações, é também mais sensível a alterações de acidez.
Assim, se o pH da água descer muito, o oxigênio não circula o suficiente.
Por isso, alterações climáticas afetam diretamente a capacidade de obtenção de oxigênio para polvos.
Mestres na arte da camuflagem
Uma das habilidades mais conhecidas do polvo é a sua capacidade de mimetizar o seu entorno.
Ou seja, conseguem mudar de cor e textura para se adaptarem ao seu ambiente, evitando assim o ataque de predadores.
Para tal, utilizam uns pigmentos chamados cromatóforos, presentes na sua pele, que se expandem ou contraem para mudar de cor.
E essa curiosidade nos leva a uma outra bem peculiar: os polvos não enxergam cor!
Dentro dos olhos, eles só têm o equivalente dos bastonetes (células que, na retina humana, são responsáveis por detectar luz).
Mas, se o polvo não é capaz de ver as cores, como ele consegue se camuflar tão bem?
Não há consenso na ciência para essa questão.
Alguns cientistas acreditam que os polvos detectam as cores pela pele: possivelmente graças à opsina, uma proteína sensível à luz.
Outros dizem que o segredo está em suas pupilas, que têm formatos bizarros (em “u” ou “w”, não circulares como as nossas) e por isso funcionariam como prismas, decompondo as cores em pedaços que os olhos dos polvos conseguiriam processar.
Têm três corações
Os polvos possuem três corações, dois dos quais são chamados de “branquiais”, que bombeiam o seu sangue pobre em oxigénio desde o corpo até às brânquias, onde é oxigenado.
E o terceiro, chamado “sistémico”, localizado na base do manto, perto da cabeça, e bombeia o sangue já oxigenado para o resto do corpo.
Também não há consenso científico sobre o caminho evolutivo que fez os polvos desenvolverem três corações.
Soltam tinta
A tinta serve para confundir predadores.
Um animal pequeno, de cerca de 20 cm, armazena cerca de 1 ml de tinta.
Enquanto um polvo grande, com mais de 2 m, produz cerca de 20 ml, quantidade suficiente para criar uma nuvem escura na água.
A tinta é composta por melanina, mesmo pigmento que dá cor à nossa pele e tirosinase, lisina e ácido aspártico, enzimas que irritam e atordoam os predadores.
Fica reservada para emergências em um pequeno saco na região da cabeça.
Após esvaziar o saco, ele começa a sintetizar novamente a substância e o enche em algumas horas – no máximo um dia depois.
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