Vez ou outra surgem publicações sobre besouros que soltam ácidos e causam queimaduras.

Mas a internet está cheia de informações que se multiplicam e nem sempre são checadas.

Seria realmente possível um besouro causar queimaduras como as das fotos?

A seguir temos um exemplo de tantos que vemos por aí.

besouros

Mas será que isso é realmente possível?

Ou é realmente deste jeito?

Quase!

Na realidade o que ocorre é uma dermatite por contato.

Os besouros da família Meloidae possuem cantaridina em seus fluidos corpóreos.

A cantaridina está presente nas articulações dos besouros pertencentes à família Meloidae.

E ao entrar em contato com a pele, causa vesicação ou bolhas semelhantes a calos d’água, que queimam ou causam ardor.

A cantaridina é também utilizada na medicina para estimular certos órgãos internos.

Seus efeitos são diuréticos e afrodisíacos.

Os besouros citados são de tamanho médio, alongados e geralmente cilíndricos.

Os adultos de algumas espécies podem secretar substância cáustica que produzem queimaduras na pele humana.

Uma delas é a Lytta vesicatoria.

Medindo de 1 a 2 cm este besouro vive no sul e centro da Europa, Sibéria e América do Norte.

Além de exalar um cheiro muito forte para que os predadores não se aproximem deles, soltam um veneno que queima formando bolhas.

Além da família Meloidae, um outro gênero os Paederus também podem causar reações alérgicas na pele.

Isso porque produzem a pederina, uma amida cristalina de potente ação cáustica e vesicante.

Os sintomas de ardor e prurido são mais intensos nos acidentes em que a pederina está envolvida.

Tendendo a formar vermelhidão na pele mais intensa e vesículas de menor tamanho que confluem e formam bolhas.

Aqui no Brasil, o potó é o besouro mais comum nesse tipo de acidente.

Mas é importante destacar que dois insetos diferentes são conhecidos por potós no Brasil.

Os pertencentes à família Meloidae e incluídos no gênero Epicauta e os que pertencem à família Staphylinidae e incluídos no gênero Paederus.

Além dos besouros, insetos como o marimbondo solitário cavalo-do-cão e a mangangá também possuem substâncias que causam lesões na pele

A pederina é considerada como um dos produtos animais de maior toxicidade em contato com a pele, provoca eritema, seguido de necrose epidérmica e vesiculação, após 24 a 48 horas.

Costuma ser liberada involuntariamente pelo inseto, como reação de defesa ofensiva

A dermatite irritativa de contato por Paederus pode ser observada em determinados períodos do ano.

O que varia de uma região para outra, conforme os períodos de chuva ou estiagem, calor ou umidade e respectivos hábitos das diferentes espécies.

Geralmente são encontrados em vegetação rasteira ou durante a noite, no ambiente domiciliar, atraídos pela luz.

O tamanho deles varia entre 8 a 12 mm ou 15 mm.

Ao caminharem sobre a pele, sendo tocados, liberam a pederina que logo causa ardor, seguido de eritema e posterior vesiculação, em trajeto linear, frequentemente em áreas expostas, principalmente pescoço, face e braços.

Não aparece nas palmas das mãos e plantas dos pés.

O processo regride em 7 a 12 dias ou mais, podendo complicar-se e ter evolução mais duradoura, consequente à contaminação bacte­riana.

Pode determinar hipercromia transitória pós-infla­matória.

Quando a pederina entra em contato com a região ocular ou periorbital, costuma provocar conjuntivite e/ ou blefarite.