O cerrado é o segundo maior bioma em extensão do Brasil e berço dos nossos mais importantes aquíferos.

Ocupa 22% do território nacional e pode ser considerado o berço das águas.

Isso porque abriga os aquíferos Guarani, Bambuí e Urucuia.

O espaço geográfico ocupado pelo cerrado desempenha papel fundamental no processo de distribuição dos recursos hídricos pelo país.

Esse é um fenômeno apelidado de “efeito guarda-chuva”.

Em seu domínio nascem vários rios que alimentam as três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul.

A do São Francisco, a do Araguaia-Tocantins e a do Prata.

O berço das águas, o cerrado matava a sede do Brasil.

Agora, ele precisa de proteção para garantir o abastecimento do país.

A água que fica(va) armazenada no solo poroso do cerrado abastecia 12 regiões hidrográficas brasileiras.

Com o acelerado processo de desmatamento do bioma desde a década de 1970, 50% da vegetação original desapareceu e os níveis da água subterrânea em aquíferos e lençol freático diminuíram demais.

O cerrado é como uma floresta ao contrário

As raízes são profundas, maiores que as copas.

Elas são responsáveis por absorver a água da chuva e depositá-la em reservas subterrâneas, os aquíferos.

aquíferos

Com o crescimento da população e, consequentemente, da demanda de água para o seu consumo direto e para a produção de alimentos, bens e serviços, a tendência é que aumente o número de regiões com problemas relativos à escassez e à poluição hídrica.

Com o intuito de evitar, minimizar ou solucionar situações dessa natureza, é importante a existência de sistemas eficientes de gestão territorial e dos recursos hídricos descentralizados e com a participação da sociedade.

E, fundamentalmente, baseados em dados e informações que subsidiem as decisões e as ações a serem adotadas para o adequado aproveitamento dos recursos ambientais disponíveis nas bacias hidrográficas.

O cerrado é um bioma único e ainda pouco reconhecido pela população em geral pela sua beleza e biodiversidade.

Uma vez degradado, o cerrado não se recupera totalmente.  Também é difícil cultivá-lo.

Das 13 mil espécies vegetais catalogadas, apenas 180 são produzidas em viveiro.

Isso porque o cerrado é diferente da Amazônia e da Mata Atlântica, por exemplo.

Enquanto esses biomas têm 3 mil e 7 mil anos, o cerrado tem mais de 45 milhões de anos que se completou totalmente.

Como ele é muito antigo, evolutivamente já chegou ao seu clímax.

E uma vez degradado, não se recupera jamais na plenitude de sua biodiversidade.

Além disso, o cerrado concentra cerca de 5% da biodiversidade do planeta e 30% da biodiversidade do Brasil.

Metade da vegetação nativa do Cerrado foi eliminada e menos de 3% está protegida de forma integral.