O baiacu habita regiões tropicais e subtropicais, sendo facilmente reconhecido por sua capacidade de inflar o corpo com água ou ar e por sua toxicidade.

Também conhecidos como peixes-bola são peixes venenosos das famílias Tetraodontidae e Diodontidae.

São comuns na costa brasileira.

Os Tetraodontidae possuem maxilas modificadas, constituídas por duas placas superiores e duas inferiores, resultantes da coalescência de unidades dentígeras.

Com nadadeiras pélvicas ausentes, dorsal e anal situadas posteriormente no corpo e constituídas apenas por raios
moles.

O corpo é desprovido de escamas típicas, mas com projeções espiniformes e apêndices dérmicos esparsos na maioria das espécies.

Algumas vivem em água doce.

São carnívoras e a carne é de boa qualidade, mas o consumo é limitado porque muitas espécies produzem uma toxina que causa envenenamento.

A toxina parece localizar-se principalmente nas vísceras.

Os Diodontidae são representados por espécies possuem o corpo coberto por espinhos longos e móveis (diodon) ou curtos e imóveis (cyclichthys e chilomycterus).

Ao inflar o corpo, os espinhos eretos proporcionam proteção eficiente contra ataques de predadores.

As espécies diferem entre si principalmente pelo padrão de colorido.

Por que o baiacu incha?

O comportamento de aumentarem o volume corporal através da ingestão de ar ou água é um comportamento de defesa.

Isso porque o diâmetro do peixe aumenta e por isso os predadores não podem engoli-lo.

Além disso, o baiacu ao inchar parece muito maior do que é e, assim, afugenta o inimigo.

Como o baiacu incha?

baiacu

O processo começa com o peixe engolindo uma grande quantidade de água, que vai se armazenando em uma um tipo de bolsinha na região final do esôfago.

Como esse órgão é muito elástico, ele infla como uma bexiga, deixando o baiacu com uma forma esférica e até três vezes maior que seu tamanho normal.

Como também tem uma pele super elástica, o baiacu não “rasga” quando incha.

Outra parte do corpo adaptável é sua espinha.

Flexível, ela pode se curvar para acompanhar o novo formato do corpo

Quando o baiacu já está com o “tanque cheio”, uma válvula localizada na base da boca do peixe é empurrada na direção dos dentes.

Assim, ela fecha a saída para água armazenada no estômago.

Carne do peixe pode matar ou “dar barato”?

Depende do cozinheiro.

Outra característica curiosa dos baiacus é que muitos são venenosos.

Sua carne tem uma substância altamente tóxica, a tetrodotoxina.

Apenas 2 gramas dela são suficientes para matar uma pessoa.

Não há tratamento específico para os envenenamentos causados pela ingestão de baiacus.

O tratamento é de suporte, fundamentalmente de apoio respiratório.

Podem ser indicadas como medidas imediatas a lavagem gástrica e eméticos, mas apenas nas primeiras horas após a ingestão.

O veneno fica concentrado na pele e em órgãos do peixe.

Mesmo assim, o baiacu é uma iguaria apreciada no Japão, onde é conhecido como “fugu”.

Para não intoxicar os fregueses, os cozinheiros precisam limpar o animal com uma técnica muito precisa, removendo as partes venenosas.

Mesmo os pedaços comestíveis ainda têm traços do veneno, deixando uma certa dormência na língua e apresentando um leve efeito narcótico.