Os jogos estão presentes na civilização desde os primórdios.
São mais antigos do que a cultura, e observado nos animais antes mesmo da sociedade humana.
A palavra jogo é utilizada para designar um grande numero de atividades, e por isso não existe uma única significação.
Para os Hebreus jogo significava risadas e brincadeiras.
Para os Gregos antigos, ações próprias de crianças, para os Romanos, “ludus” – alegria.
Já Para os Germânicos, um prazeroso movimento, suave e rápido.
Apesar de várias significações, os jogos possuem características únicas, como por exemplo:
Decisão e liberdade | O jogo é uma atividade voluntária. Ou seja, o participante joga porque decide jogar. |
Incerteza | Do resultado final, das mudanças que podem ocorrer a cada rodada. |
Desafio | Já que propõe situações em que o jogador tenta superar a si mesmo e aos demais jogadores, gerando competição. |
Universo Paralelo | Pois permite vivenciar situações sem apresentar riscos já que apresenta cenários que não são reais. |
Prazer | Gera uma situação de satisfação, de alegria. |
Frivolidade | É uma atividade que não se lucra, não se ganha nenhum bem material. |
Delimitação | Tem espaço, comumente um tabuleiro, e tempo de jogo delimitado. |
Regra | É outra forma de delimitação aceita voluntariamente pelos participantes. Podem ser alteradas desde que todos os participantes concordem. |
Interação social | Estimula a competitividade, o saber ganhar, saber perder, a lidar com diferenças e muitas vezes trabalhar em equipe para vencer o jogo. |
Tensão | Concentração total no jogo, somada a incerteza do resultado geram a tensão pelo que está por vir. |
Mas todos os jogos são passíveis de usar para o ensino?
Qualquer jogo possui uma dimensão educativa, visto que todo jogo objetiva alguma coisa.
Mas a diferença entre um jogo comum e um jogo didático é que este é formulado com um propósito educativo.
Ou seja, trabalham com modelos simplificados moldados pela perspectiva de seus idealizadores.
Apesar de existirem jogos criados com a finalidade de serem material didático, todo jogo significa alguma coisa.
Dessa forma, todo jogo é passível ser aproveitado em uma situação de ensino.
Quando pensamos no jogo como recurso didático é possível utilizar em diferentes etapas e de diferentes formas.
Principalmente associado a outras modalidades didáticas que promovem articulação de ideias.
Esse recurso tira um pouco do caráter extremamente formal do ensino tornando a pratica educativa mais dinâmica e atrativa.
Por que utilizar jogos em sala de aula
Vygotsky estabelece uma relação estreita entre o jogo e a aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande importância.
Para que possamos melhor compreender essa importância é necessário que recordemos alguma ideias de sua teoria do desenvolvimento cognitivo.
A principal é que o desenvolvimento cognitivo resulta da interação entre a criança e as pessoas com quem mantém contato regulares.
Convém lembrar também que o principal conceito da teoria de Vygotsky é o de Zona de Desenvolvimento Proximal.
O qual é a diferença entre o desenvolvimento atual da criança e o nível que atinge quando resolve problemas com auxílio, o que leva à consequência de que as crianças podem fazer mais do que conseguiriam fazer por si sós.
Os jogos são indicados como um tipo de recurso didático educativo.
E que podem ser utilizados em momentos distintos, como por exemplo na apresentação de um conteúdo.
Ou na ilustração de aspectos relevantes ao conteúdo, ou ainda como revisão ou síntese de conceitos importantes e avaliação de conteúdos já desenvolvidos.
Os jogos propiciam o meio para que o aluno induza o seu raciocínio, a reflexão e consequentemente a construção do seu conhecimento.
Além disso, promove a construção do conhecimento cognitivo, físico, social e psicomotor o que o leva a memorizar mais facilmente o assunto abordado.
E também desenvolve as habilidades necessárias às práticas educacionais da atualidade.
Por isso é preciso que a mediação do professor conduza o aluno ao seus objetivos para aquela aula.
O jogo precisa ser planejado assim como qualquer outra estratégia didática.
O mediador, no caso o professor, deve oferecer possibilidades na construção do conhecimento, respeitando as diversas singularidades.
Essas atividades oportunizam a interlocução de saberes, a socialização e o desenvolvimento pessoal, social, e cognitivo quando bem exploradas.
É possível não só adaptar um jogo ao conteúdo escolar mas também criar.
Esse tipo de exercício faz com que o aluno se torne mais competente na produção de respostas criativas e eficazes para solucionar os problemas.
Os jogos no ensino de biologia oferecem diversas possibilidades.
Inclusive é possível encontrar diversos jogos já disponíveis, para serem utilizados como recurso didático.
Você pode utilizar o jogo como levantamento prévio antes de começar um novo conteúdo.
Ou no desenvolvimento do tema.
Ou ainda no final, para sistematizar um conteúdo/conceito.
Exemplos de jogos de biologia podem ser encontrados nesse site.
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