Certamente você já viu por aí um louva-a-deus.

Com uma aparência única,  sua cabeça triangular e as pernas em “preces”.

E é daí que vem seu nome!

O nome dos mantódeos, popularmente louva-a-deus, se origina da junção das palavras gregas “µάντις = mantis” que significa profeta, vidente, adivinho.

E do sufixo “εϊδος = eidos” que significa forma, tipo, como, semelhante.

Fazendo uma alusão da posição em que estes insetos adotam quando em repouso, com as pernas anteriores dobradas sob o corpo, semelhante à postura de uma pessoa rezando.

No Brasil, apesar de o nome mais comum ser louva-a-deus, são encontrados outros nomes regionalizados.

Como por exemplo, põe-mesa (ou ponhamesa) na região amazônica; bendito e pai-de-cobra em Minas Gerais e cavalinho-de-nosso-senhor em algumas regiões do estado de São Paulo.

Uma curiosidade, é que em diversas culturas, o louva-a-deus é visto como um símbolo de paciência, foco e tranquilidade, devido à sua postura imóvel e “meditativa”.

E em algumas tradições, eles também são associados a premonições e mistérios.

A maioria dos mantódeos possuem o corpo alongado, podendo o seu tamanho variar de pouco mais de 1cm a até quase 20cm.

A cabeça geralmente é triangular e com grande mobilidade, girando quase 90° para cima, para baixo e para os lados.

Seus grandes olhos compostos são dotados de uma visão muito acurada, auxiliando na busca por alimento.

Sob o primeiro segmento do tórax, frequentemente alongado, ficam inseridas as pernas anteriores, com uma forma bem diferente das demais.

Este primeiro par de pernas, são especializados para capturar e segurar presas, armadas com fileiras de espinhos fortes na face inferior formando um tipo de garra.

Os representantes desta ordem podem ser encontrados em todas as regiões do mundo e nos mais diversos ambientes, exceto pela Antártica.

Apesar de não serem raros, os louva-a-deus possuem uma baixa abundância e riqueza de espécies, quando comparado a outras ordens de insetos.

Com aproximadamente 2.400 espécies conhecidas no mundo e 270 espécies no Brasil, onde são encontrados representantes de apenas 6 famílias: Acanthopidae, Chaeteessidae, Liturgusidae, Mantidae, Mantoididae e Thespidae.

Apesar de sua aparência inofensiva são insetos predadores, que se alimentam de uma grande variedade de outros insetos.

As espécies de grande porte são capazes de predar até mesmo pequenos vertebrados como: sapos, lagartixas e pequenos roedores.

Devido ao seu grande apetite e voracidade, por muitas vezes capturam animais com mais da metade do seu próprio tamanho.

Uma das características mais incríveis é a habilidade de se camuflar, que serve tanto para proteção como para emboscar suas presas com mais facilidade.

Assim, devido a coloração críptica o louva-a-deus consegue se misturar com diversos elementos do ambiente como: pedras, flores, folhas mortas, folhas verdes, liquens dos troncos de árvores e galhos.

Existem também espécies de colorações bem vistosas com tons metálicos iridescentes.

Além da cor para camuflagem algumas espécies têm partes do corpo que imitam folhas, por meio de diversas expansões nas pernas, asas, tórax e abdômen, melhorando seu disfarce com a vegetação.

Entre os machos e fêmeas é comum a ocorrência de diferenças morfológicas.

Geralmente as fêmeas são maiores e mais robustas, possuindo um abdômen mais alargado e curto, assim como asas reduzidas e mais coloridas ou mesmo ausentes.

Popularmente é disseminada a ideia de que a fêmea sempre come o macho durante o acasalamento, entretanto este não é um comportamento de todas das espécies da ordem Mantodea.

E também depende de fatores como fome e condições ambientais.

Ao colocarem os ovos, as fêmeas de Mantodea os protegem dentro de uma cápsula (ooteca), contendo de poucas unidades a uma centena de ovos.

A ooteca é construída com um material proteico espumoso que seca rapidamente em contato com o ar.

E internamente a cápsula de ovos é formada por um conjunto de câmaras alongadas onde os ovos ficam depositados.

Na parte da frente da cápsula há um canal de comunicação entre todas as câmaras, terminando em uma abertura inferior, que será rompida durante o nascimento.

Em algumas espécies é registrado o cuidado maternal, período em que a fêmea vigia a ooteca e a protege de predadores até o nascimento dos filhotes.

Os mantódeos imaturos, chamados de ninfas, se assemelham a cópias em menor tamanho dos adultos, caracteristicamente faltando apenas as asas que ainda não estão desenvolvidas.

Assim como em todos os outros insetos, as ninfas crescem de forma pontuada, através de mudas (ecdises) podendo seu número variar de três a doze vezes.

Em termos comportamentais estes insetos têm hábito de vida solitário, não hesitando em predar membros de sua própria espécie.

As interações sociais só são mais comuns durante o acasalamento e nos primeiros momentos de vida, quando as jovens ninfas podem permanecer agregadas por alguns dias.