Você já ouviu falar do urutau?
Urutau, que em Tupi significa “ave fantasma”, nome associado ao seu aspecto morfológico e seu hábito noturno, também é popularmente conhecido como urutágua ou mãe-da-lua, dependendo da região do país.
Este último nome está associado ao seu comportamento de cantar em noites de lua cheia, quando fica empoleirado no alto de árvores secas ou mesmo em lugares inusitados como postes, porteiras e mourões de cerca.
Com sua habilidade excepcional de camuflagem e hábitos misteriosos, essa ave figura tanto em lendas indígenas quanto em estudos científicos.
No Brasil, ocorrem cinco espécies: Nyctibius griseus (urutau-comum), Nyctibius grandis (urutau-grande), Nyctibius aethereus (urutau-pardo), Nyctibius leucopterus (urutau-de-asa-branca) e Nyctibiusbracteatus (urutau-ferrugem).
O tamanho e peso variam conforme a espécie.
Por exemplo, o urutau-comum (N. griseus) mede 33–40 cm de comprimento e pesa 145–202g, enquanto o urutau-grande (N. grandis) alcança quase 50 cm e pesa mais de 500g.
Sua plumagem apresenta padrões crípticos em tons de cinza, marrom ou ferrugem, com manchas que imitam líquens e cascas de árvores.
Duas colorações são observadas: cinza (fundos acinzentados com estrias escuras) e marrom (base amarronzada).
Podem ficar até 12 horas imóveis na mesma posição, com o bico erguido, confundindo-se com troncos quebrados.
Essa estratégia evita predadores como gaviões e corujas.
São animais insetívoros, portanto, se alimentam de mariposas, besouros, cupins alados e outros insetos capturados em voo a partir de poleiros elevados.
Não constroem ninho, a fêmea coloca apenas um ovo em uma cavidade do galho, onde choca durante algumas semanas.
O filhote, logo que nasce, pode ser observado na mesma postura da mãe, mesmo nas primeiras semanas de vida.
Suas características principais são a postura e a camuflagem.
Por isso, com muita sorte e atenção é possível observar um urutau durante o dia.
Embora sua presença seja mais facilmente notada por meio do seu canto à noite.
Tem um papel ecológico fundamental na natureza, seja em florestas ou mesmo em áreas urbanas.
Pois como se alimenta exclusivamente de insetos que captura em voo, com sua enorme boca, faz o controle biológico dos insetos e ainda ajuda a combater algumas pragas.
Também são indicadores de saúde ambiental: sua presença sinaliza ecossistemas equilibrados.
Apesar de sua adaptabilidade, desmatamento e queimadas ameaçam populações locais, especialmente espécies raras como N. leucopterus e N. aethereus.
Vale a pena lembrar que o urutau é uma ave silvestre do Brasil e protegida por lei.
Curiosidades sobre o urutau
Sua vocalização consiste em uma sequência descendente e assoviada de notas, que pelo tom melancólico, lembra muito uma pessoa gritando.
E por isso, inspirou lendas.
O tom melancólico assusta muita gente pelo interior do Brasil, passando facilmente por um “fantasma”.
Já na Bolívia, a lenda é que o canto é de uma jovem indígena transformada em ave após a morte do amado.
Além disso, muita gente acredita que seu canto é sinal de mau agouro e presságios negativos.
Isso faz com que muita gente mate o animal, o que é completamente equivocado (Não faça isso!!!).
É uma ave noturna, mas não é uma coruja, as corujas fazem parte da família Strigidae e Tytonidae e os
urutaus fazem parte da família Nyctibiidae.
Uma outra curiosidade é que essa ave possui “olhos mágicos”, ou seja, consegue observar mesmo com os olhos fechados, isso graças a uma adaptação existente nas pálpebras superiores.
São duas fendas (incisões) que lembram uma cortina de teatro sendo levantada.
Quando seus olhos estão fechados, ele observa através destas fendas e se utiliza da vantagem adaptativa para se proteger dos predadores, pois não precisa mexer a cabeça para observar o seu entorno, permanecendo mais tempo imóvel.
Conhece alguma outra curiosidade sobre o urutau? Ficou com alguma dúvida? Compartilha nos comentários.
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