O emprego mais antigo da palavra agroecologia diz respeito ao zoneamento agroecológico.

Ou a demarcação territorial da área de exploração possível de uma determinada cultura.

A partir de 1980, esse conceito passou a ter outra conotação.

A agroecologia assou a ser compreendida como a aplicação dos princípios e conceitos da ecologia ao desenho e manejo de agroecossistemas sustentáveis (Gliessmann, 2001).

Ou ainda como uma ciência emergente que estuda os agroecossistemas integrando conhecimentos de agronomia, ecologia, economia e sociologia (Altieri, 1989).

Para outros, trata-se apenas de uma nova disciplina científica, já que incorpora o conhecimento tradicional que por definição não é científico (Guzmán, 2002).

Também podemos dizer que a agroecologia se aproxima ao estudo da agricultura numa perspectiva ecológica.

Embora com estrutura teórica orientada à compreensão ampla dos processos produtivos.

Isto é, encara os agroecossistemas como unidade fundamental de estudo.

Onde os ciclos minerais, as transformações energéticas, os processos biológicos e as relações sócio econômicas são investigadas e analisadas em seu conjunto.

A agroecologia constitui um campo de estudos que pretende o manejo ecológico dos recursos naturais, para, por meio de uma ação social coletiva de caráter participativo, reconduzir o curso alterado da coevolução social e ecológica.

Em tal estratégia, a dimensão local é vista como portadora de um potencial endógeno.

E por meio da articulação do saber local com o conhecimento científico, permite a implementação de sistemas de agricultura alternativa potencializadores da biodiversidade ecológica e da diversidade sociocultural.

E o que são agroecossistemas?

agroecologia

Podemos entender então que, um agroecossistema é um local de produção agrícola compreendido como um ecossistema.

Ou seja, a estrutura com a qual podemos analisar os sistemas de produção de alimentos como um todo.

Incluindo seus conjuntos complexos de insumos e produção e as interconexões entre as partes que os compõem.

Os agroecossistemas são, então,  estrutural e funcionalmente ecossistemas formado por plantas de atividades agrícolas.

Ou seja, relações estabelecidas entre organismos vivos e seu ambiente.

Delimitado por fronteiras escolhidas arbitrariamente, as quais, no espaço e no tempo, parecem manter um equilíbrio dinâmico, porém estável.

Mas para que serve a agroecologia?

Basicamente para a construção de agriculturas mais sustentáveis.

E que considerem as dimensões ecológicas, econômicas, sociais, políticas, culturais e éticas da sustentabilidade.

Implica em metodologias participativas, garantias de acesso aos direitos básicos de cidadania e respeitos às diferenças culturais, de gênero, de raça, de etnia.

Quanto mais diversificados e integrados forem os sistemas de cultivos e criações mais próximos estarão da sustentabilidade ambiental desejada e possível.

Logo, um dos primeiros passos da aplicação da Agroecologia aos sistemas produtivos deve ser a ampliação (ou manutenção) da diversificação, da biodiversidade.

A agroecologia não visa apenas a substituição de insumos.

Mas o redesenho dos agroecossistemas considerando conjunto das relações bióticas e abióticas que ocorrem nos sistemas manejados pelo homem.

De modo prático a agroecologia é aplicada em produção de orgânicos, na agricultura familiar, para reflorestamento e evitar erosões.

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