As briófitas, popularmente chamadas de musgos, são plantas terrestres, com diversas formas, texturas e até cores.

E que podem ter desde tamanhos microscópicos até mais de um metro.

Seu ciclo de vida é dependente da umidade e não apresentam um verdadeiro sistema vascular para a condução de água e açúcares.

Apresentam um ciclo de vida com alternância de gerações heteromórficas, sendo a geração gametofítica haploide (n) dominante, enquanto a geração esporofítica diploide (2n) é dependente da primeira e efêmera.

Além disso, possuem clorofilas a e b, carotenos, xantofilas, amido, gorduras, celulose e hemicelulose, como os demais membros do reino Plantae.

Estas plantas colonizam os mais diversos substratos e habitats, como ramos e troncos de árvores, muros, pavimentos, solo, rochas, ou leitos de rios.

A identificação de espécies de briófitas baseia-se em características do gametófito (“corpo” da planta) e do esporófito (estrutura reprodutora onde se produzem os esporos).

Com base nas características do gametófito e do esporófito, é possível distinguir três grandes grupos:

 

 

Antóceros Hepáticas Musgos
Plantas talosas em forma de roseta e com consistência gelatinosa. Talosas: plantas talosas cujos talos são geralmente bifurcados.

 

Folhosas: plantas em que a página superior é diferente da inferior. Os filídios (estruturas semelhantes a folhas) não têm nervura e são geralmente divididos. Também podem apresentar uma fiada ventral de filídios.

Plantas com crescimento radial (aproximadamente circular).Os filídios (estruturas semelhantes a folhas) geralmente têm nervura e raramente são divididos.

Representam cerca de 25.000 espécies distribuídas em três classes (Marchantiopsida, Anthocerotopsida e Bryopsida).

Diversidade e importância das briófitas

Podem tolerar condições ambientais extremas e por isso estão amplamente distribuídas no mundo, ocorrendo assim nos mais variados ecossistemas e em uma grande quantidade de habitats.

São encontradas desde o Ártico até as florestas tropicais, em desertos e ambientes submersos, mas nunca no ambiente marinho (Delgadillo, 2022).

Os tapetes de musgos são também o habitat de muitos invertebrados e fornecem materiais de construção para ninhos de aves e tocas de pequenos mamíferos.

Alguns representantes dominam o ambiente em detrimento de outras plantas, em grandes áreas ao norte do Círculo Ártico.

No Hemisfério Norte, o gênero Sphagnum forma grandes depósitos constituindo as turfeiras, as quais tem uma grande capacidade de absorção e retenção de líquidos.

Por isso são utilizadas na horticultura, como absorventes em material cirúrgico, em derrames de petróleo e também como combustíveis no aquecimento de residências.

São também importantes em algumas partes do mundo pelas grandes quantidades de carbono que armazenam, desempenhando desse modo, um papel importante no ciclo global de carbono.

Além disso, são pioneiras na colonização de ambientes perturbados, e atuam no combate à erosão do solo e na manutenção da umidade dos ecossistemas por interceptarem a água da chuva (Pócs, 1982, Schofield, 2001).

Também desempenham um papel importante em muitos ecossistemas tropicais, como, por exemplo, a Mata Atlântica, auxiliando na captação de água e dos nutrientes da chuva e servindo como hábitat para animais (Gradstein et al. 2001).

As briófitas representam um passo fundamental na transição para o ambiente terrestre e, consequentemente, na evolução da vida na terra, pois compreendem as mais antigas linhagens de plantas terrestres, derivadas de algas verdes ancestrais (Goffinet et al. 2009).