A aranha é um animal carnívoro, que se alimenta principalmente de insetos, como grilos e baratas.

Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares.

Apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome.

No cefalotórax articulam-se os quatro pares de pernas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras.

Nas quelíceras estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno.

aranha

No Brasil são registrados cerca de 12.000 acidentes com aranhas por ano.

São causados, principalmente, por 3 tipos de aranhas: Loxosceles (aranha marrom), Phoneutria (armadeira) e Latrodectus (viúva negra).

Loxosceles

Conhecidas popularmente como aranhas-marrons, constroem teias irregulares em fendas de barrancos, sob cascas de árvores, telhas e tijolos empilhados, atrás de quadros e móveis, cantos de parede, sempre ao abrigo da luz direta.

Podem atingir 1 cm de corpo e até 3 cm de envergadura de pernas.

Não são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo.

No interior de domicílios, ao se refugiar em vestimentas, acabam provocando acidentes.

Várias são as espécies descritas para o Brasil.

As principais causadoras de acidentes são: L. intermedia, L. laeta e L. gaucho.

No momento da picada pode ocorrer uma leve dor e, após algumas horas, o local fica vermelho.

Por volta de 12 a 24 horas depois, a região torna-se arroxeada e esbranquiçada evoluindo nos dias seguintes para necrose (tecido morto).

É comum, nos primeiro dias depois da picada, aparecer vermelhidão pelo corpo, febre, mal-estar, náuseas e vômitos.

E, mais raramente, anemia e urina escura.

Phoneutria

São as populares aranhas armadeiras.

O nome se refere ao comportamento de defesa dessas aranhas.

Apoiam-se nas pernas traseiras, erguem as dianteiras e os palpos, abrem as quelíceras, tomando bem visíveis os ferrões.

Podem atingir de 3 cm a 4 cm de corpo e até 15 cm de envergadura de pernas.

Não constroem teia geométrica, sendo animais errantes que caçam principalmente à noite.

Os acidentes ocorrem frequentemente dentro das residências e nas suas proximidades, ao se manusearem material de construção, entulhos, lenha ou calçando sapatos.

As espécies descritas para o Brasil são: P. fera, P. keyserlingi, P. nigriventer e P. reidyi.

Curiosamente, os acidentes acontecem com maior frequência nos meses de abril e maio.

Após a picada, há dor intensa no local, com inchaço, vermelhidão e às vezes uma sudorese fina.

O acidente grave só ocorre em crianças.

Nesta situação, vômitos, sudorese (suor) por todo o corpo, hipertensão (pressão alta), ou hipotensão (pressão baixa), aumento ou diminuição dos batimentos cardíacos podem ocorrer.

Latrodectus

São conhecidas popularmente como viúvas-negras.

As fêmeas são pequenas e de abdome globular, apresentando no ventre um desenho característico em forma de ampulheta.

Constroem teias irregulares entre vegetações arbustivas e gramíneas, podendo também apresentar hábitos domiciliares e peridomiciliares.

Os acidentes ocorrem normalmente quando são comprimidas contra o corpo.

As fêmeas apresentam o corpo com aproximadamente 1 cm, de comprimento e 3 cm de envergadura de pernas.

Os machos são muito menores, em média 3 mm de comprimento, não sendo causadores de acidentes.

No Brasil, é registrada a ocorrência das espécies L. curacaviensis e L. gemetricus principalmente na região Nordeste.

Os acidentes por viúva-negra são raros no Brasil.

Após a picada pode haver dor e vermelhidão local.

E mais raramente ocorre sudorese em todo o corpo, tremores e contraturas musculares.

Só essas aranhas causam acidentes?

A priore qualquer animal que se sentir ameaçado vai se defender e acabar causando um acidente.

Acidentes causados por aranhas são comuns, porém a maioria não apresenta repercussão clínica.

A maioria das aranhas que habitam o interior das casas e constroem teias geométricas não são peçonhentas e a picada pode causar apenas um quadro alérgico, com vermelhidão e coceira no local da picada.

O que fazer em casos de picada de aranha

É muito importante que o causador da picada seja identificado.

O tratamento depende do diagnóstico acertado e da identificação do aracnídeo e, por vezes, inclui soroterapia.

As lesões podem ser leves, moderadas e graves.

Por isso é necessário buscar ajuda médica.

Por mais bobo que possa parecer, mantenha a calma.

O ‘desespero’ ou medo pode fazer com que você tenha falta de ar por exemplo.

Lave o local da picada com água e sabão.

NÃO faça torniquete ou garrote, NÃO fure, corte, queime, esprema ou faça sucção no local da ferida.

Também NÃO aplique folhas, pó de café ou terra, nem fumo.

Essas coisas só agravam a lesão.

Inicialmente, compressas mornas na região auxiliam a aliviar a dor até chegar ao hospital, onde será avaliada a necessidade ou não de soro.

Dependendo dos sintomas, podem ser adotadas medidas para alívio da dor (acidentes por aranha armadeira e viúva-negra).

O soro antiaracnídico é utilizado para neutralizar as ações dos venenos das aranhas marrom e armadeira, e somente deve ser administrado com indicação médica.

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