A educação sexual nas escolas, presente nos parâmetros curriculares há muitos anos como tema transversal, causa polêmica pelo desconhecimento sobre o tema.
É importante compreender que a educação sexual não significa a exploração de conceitos e exemplos sobre sexo ou desejos sexuais.
É principalmente sobre sexualidade, o que pressupõe se falar de intimidade e de relações afetivas (MOIZÉS & BUENO, 2010).
Já que pressupõe afeto, intimidade, emoção, sentimento e bem-estar.
Logo, para desenvolver a educação sexual é importante considerar que ela não se restringe ao ato sexual.
Assim, é importante abordar a sexualidade dentro de um enfoque sociocultural.
De maneira que abranja a saúde reprodutiva, as relações de gênero, as relações interpessoais, o prazer corporal e a autoestima, uma vez que, ela tem uma dimensão histórica, cultural, ética e política que abrange todo o ser: corpo e espírito, razão e emoção (SANTOS, 2001).
Não seria exagero dizer que a sexualidade ainda tem sido considerada um tabu permeado de princípios morais e preconceitos.
Em que crianças, adolescentes e também muitos adultos se sentem reprimidos em expor as suas dúvidas e expectativas em relação ao assunto.
A ausência da educação sexual no ambiente familiar é mantida porque nela permanece a ideia de filhos “assexuados” (TIBA, 1994; TRINDADE & BRUNS, 1999).
E também porque muitas famílias, assim como a sociedade trata a sexualidade e os assuntos que a permeiam como uma coisa obscena, algo sujo, pecaminoso e proibido (MOIZÉS & BUENO, 2010).
Educar sexualmente consiste em oferecer condições para que as pessoas assumam seu corpo e sua sexualidade com atitudes positivas, livres de medo, preconceitos, culpas, vergonha, bloqueios ou tabus (SOUZA, 1991).
A educação sexual deve ser entendida como um direito que as crianças e/ou adolescentes têm de conhecer seu corpo e ter uma visão positiva da sua sexualidade.
E, portanto, deve ser preocupação dos pais e educadores que os adolescentes tenham uma educação sexual sadia.
E pautada em valores e hábitos condizentes com a valorização da vida e com os direitos humanos.
O “não dialogar” sobre este assunto facilita a exposição a situações de riscos relacionados ao exercício da sexualidade.
Como por exemplo, gravidez indesejada, contágio de infecções sexualmente transmissíveis e traumas psicológicos e emocionais resultantes da vivência de uma sexualidade frustrante (TRINDADE & BRUNS, 1999).
Além do risco de abusos, pois muitas vezes crianças e adolescentes nem compreendem o que está acontecendo ou sabem como (re)agir.
Assim, informações corretas do ponto de vista científico ou esclarecimentos sobre as questões trazidas pelos alunos são fundamentais para seu bem-estar e tranquilidade.
E também para uma maior consciência de seu próprio corpo e melhores condições de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e abuso sexual (PCN, 1998).
A educação sexual nas escolas, portanto, contribui para um desenvolvimento baseado no autocuidado e na constituição de indivíduos conscientes de seus corpos.
E este é um dos caminhos para prevenir e combater o abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Ou seja, a educação sexual tem a ver com o direito de toda pessoa de receber informações sobre o corpo, a sexualidade e o relacionamento sexual.
E, também, com o direito de ter várias oportunidades para expressar sentimentos, rever seus tabus, aprender, refletir e debater para formar sua própria opinião, seus próprios valores sobre tudo que é ligado ao sexo (FIGUEIRÓ, 2009).
O papel do professor na educação sexual
Embora seja bastante associado aos professores de biologia, todos os professores podem e devem fazer parte da educação sexual.
A sexualidade não pode permanecer restrita a uma abordagem biologizante, pois é uma dimensão essencial humana.
Cujas significações e vivências são determinadas pela natureza e subjetividade de cada ser humano.
E, sobretudo, pela cultura, que deve ser compreendida, em sua totalidade e globalidade, como uma construção social que é condicionada pelos diferentes momentos históricos, econômicos, políticos e sociais (FIGUEIRÓ, 2001).
Os professores, frente a expressão de sexualidade nas escolas advinda dos alunos em conversas, brincadeiras ou ainda em curiosas perguntas realizadas, deve acolher e orientar o aluno.
A sexualidade traz, entre seus inúmeros vínculos, o caráter social tornando imprescindível o envolvimento do professor, esperando que este adote postura de escuta aos alunos, cultivando o respeito e interação entre eles (ARGENTI e MILANI, 2017).
Sou formado em literatura em ciências biológicas
E querem que eu der aula de matemática
Posso ou não?
Olá Pedro,
Se for em escola pública precisa ter uma quantidade de horas em disciplinas de matemática no seu histórico da graduação para que esteja qualificado (possibilidade apenas se não houver mais candidatos habilitados para aquela disciplina).
Se for em escola particular, normalmente tem suas próprias regras.