Isso mesmo! Por mais que seja comum ouvir falar que caiu orvalho essa noite, ou que caiu geada, nenhum dos dois cai!
Orvalho e geada são consequência do resfriamento radiativo noturno.
A temperatura até a qual o ar deve ser resfriado, com pressão constante, para atingir a saturação (em relação à água líquida), é chamada ponto de orvalho.
O ponto de orvalho dá uma medida do conteúdo de vapor d’água no ar.
Quanto mais alto, maior a concentração de vapor d’água no ar.
Quando o resfriamento produz saturação na temperatura de 0°C ou menores, a temperatura é chamada ponto de geada.
O vapor d’água se deposita como geada sobre uma superfície cuja temperatura esteja abaixo do ponto de geada.
Assim, se o ar está acima do ponto de congelamento, o vapor d’água pode condensar sobre o objeto como orvalho.
Já se a temperatura do ar está abaixo da temperatura de congelamento, o vapor d’água pode se depositar como geada.
Dessa forma, orvalho e geada não são formas de precipitação, porque eles não “caem” das nuvens, mas se desenvolvem no lugar, sobre superfícies expostas.
Um fenômeno similar ocorre quando gotículas de água aparecem no lado externo de um copo com água gelada.
Quando não ocorre nem advecção (que é processo de transferência devido ao movimento horizontal do ar) fria nem advecção quente, o ponto de orvalho ou ponto de geada pode ser usado para prever a temperatura mínima da manhã seguinte.
Já que com o resfriamento radiativo noturno, a temperatura cai continuamente até que a umidade relativa chega aos 100% e ocorra condensação ou deposição.
O calor latente liberado durante um ou outro processo compensa o resfriamento radiativo aproximadamente, de modo que a temperatura do ar tende a se estabilizar próximo ao ponto de orvalho ou ponto de geada.
Durante o dia, o solo e as plantas se aquecem mais que o ar, e também se resfriam mais durante a noite.
Quando a temperatura das folhas das plantas, da superfície de objetos, está mais baixa que a do ar, se forma o orvalho.
O vapor de água contido na atmosfera se condensa ao entrar em contato com as superfícies mais frias.
Vários outros fatores, contudo, podem complicar esta regra simples.
Por exemplo, noites de verão podem ser muito curtas para que o resfriamento radiativo seja suficiente para diminuir a temperatura do ar ao ponto de orvalho, particularmente se o ar está muito seco.
Ou ainda, noites de muito vento, o orvalho não se forma porque a troca de calor com o meio é acentuada, impedindo o ponto de orvalho no solo.
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