A vitória-amazônica (Victoria amazônica), também conhecida como vitória-régia, é uma planta amazônica pertencente à família Nymphaeaceae.
É famosa por suas folhas circulares gigantes, que podem atingir até 3 metros de diâmetro, e por suas flores impressionantes.
As folhas da vitória-régia são adaptadas para flutuar na água, graças a uma rede de veias cheias de ar que proporcionam flutuação.
Sua borda elevada impede que a água entre e afunde a folha.
A superfície das folhas é coberta por uma camada cerosa que repele a água, mantendo-as secas e evitando o acúmulo de microrganismos.
As flores da vitória-régia são grandes, podendo chegar a 40 cm de diâmetro, e desabrocham à noite.
As flores têm um ciclo de vida curto, durando apenas cerca de 48 horas.
No primeiro dia, a flor desabrocha branca e exala um perfume adocicado para atrair besouros polinizadores.
No segundo dia, ela se fecha e reabre com uma coloração rosa avermelhada, sinalizando que já foi polinizada.
A polinização é feita por besouros (coleópteros), que são atraídos pelo aroma adocicado e pelo calor gerado pela flor.
Esse processo é conhecido como cantarofilia.
A planta cresce em águas calmas de rios, lagos e igarapés da bacia amazônica.
Suas raízes estão fixas no fundo do corpo d’água, enquanto as folhas e flores flutuam na superfície.
Após a polinização, a flor mergulha na água, onde o fruto se desenvolve, e emerge quando maduro.
Ele é carnoso, indeiscente, globoso, verde, multicarpelar, com muitas sementes ligadas pelo funículo à parede do fruto e ele é revestido abundantemente por espinhos.
O fruto possui uma depressão de contorno oval em seu ápice que acumula restos de perianto apodrecido, fazendo com que ele exale um odor fétido.
As sementes são liberadas e dispersadas pela correnteza.
Uma curiosidade é que a vitória-régia possui espinhos na parte inferior das folhas e no caule, uma adaptação para se proteger de predadores, como peixes herbívoros.
Além disso, suas folhas têm uma superfície hidrofóbica, que repele a água e impede o acúmulo de sedimentos, mantendo-as sempre limpas.
Importância Ecológica
A vitória-régia desempenha um papel importante no ecossistema aquático, fornecendo abrigo e alimento para peixes e outros organismos aquáticos.
Suas folhas gigantes também ajudam a regular a temperatura da água, criando micro habitats para diversas espécies.
E suas flores também atraem besouros e outros insetos, contribuindo para a polinização e a biodiversidade local.
A vitória-régia é um ícone da cultura amazônica, frequentemente representada em artesanatos, pinturas e histórias.
Ela simboliza a conexão entre a natureza e as tradições dos povos indígenas, que veem na planta uma manifestação da beleza e do mistério da floresta.
Além disso, algumas comunidades ribeirinhas utilizam as folhas da vitória-régia para fins medicinais, como tratamento de dores reumáticas e inflamações.
No entanto, seu uso deve ser feito com cuidado, pois a planta também contém substâncias que podem ser tóxicas.
Vitória-régia: mitos e lendas
Além de sua relevância ecológica, a vitória-régia é um símbolo cultural da Amazônia, presente em lendas indígenas e na identidade regional.
A Lenda da Moça Transformada em Estrela
Uma das lendas mais conhecidas sobre a vitória-régia tem origem indígena.
Conta-se que uma jovem guerreira chamada Naiá se apaixonou pela lua (Jaci, na mitologia tupi-guarani).
Em noites de lua cheia, Naiá perseguia o reflexo da lua nas águas dos rios, na esperança de se unir a seu amado.
Certa noite, ao tentar tocá-lo, caiu nas águas profundas e desapareceu.
Comovida, a lua transformou Naiá em uma estrela das águas, dando origem à vitória-régia.
As flores da planta, que desabrocham à noite e mudam de cor, são vistas como a manifestação de Naiá, que finalmente se uniu à lua.
A Proteção dos Deuses
Em algumas versões da lenda, a vitória-régia é considerada uma planta sagrada, protegida pelos deuses da floresta.
Dizem que suas folhas gigantes são capazes de suportar o peso de uma criança, mas afundam se um adulto tentar pisar nelas, pois apenas os inocentes são abençoados pelos deuses.
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