Você sabe o que é um opilião?
Certamente você já viu por aí e achou que era uma aranha muito esquisita, não é?
E se você achou isso, você não estava completamente errado!
Os opiliões são aracnídeos que se assemelham às aranhas e são muito comuns em todo o Brasil.
São conhecidos popularmente como aranha-bode, aranha-fedida, frade-fedorento, giramundo e cafofo (Pinto-da-Rocha, 1999).
E assim como todos os aracnídeos, os opiliões possuem quatro pares de pernas, um par de quelíceras e um par de pedipalpos.
Esse último utilizado para manusear alimentos e objetos.
Aliás, é justamente pelo fato de possuírem pernas longas que provavelmente receberam o nome opilião, que em latim significa pastor de ovelhas.
Assim, se caracterizam por possuírem o abdômen ligado amplamente ao cefalotórax.
O que resulta em um aspecto geral ovoide, e vestígios de segmentação externa do abdômen.
Possuem um único par de olhos situados, na maioria das vezes, na parte mais elevada do dorso.
E um par de glândulas que eliminam substâncias de forte odor por meio de duas aberturas na margem lateral da carapaça (Kury & Pinto-da-Rocha, 2002).
É essa a sua característica mais marcante e seu principal mecanismo de defesa.
O que permite a qualquer pessoa saber que não está diante de uma aranha.
Assim, quando importunado, o opilião libera um líquido amarelado (à base de compostos químicos como quinonas, fenóis e cetonas) com um forte odor ácido.
Capaz de manter distante vários de seus predadores, como por exemplo sapos e formigas.
E é esse cheiro repulsivo que originou os diversos nomes populares atribuídos ao grupo.
Não representam nenhum risco para seres humanos.
Mas podem se tornar agressivos para se defender, assim como qualquer animal.
Assim, podem atacar com os palpos, beliscar com suas pinças (quelíceras) ou com os espinhos das pernas.
Apesar do principal mecanismo de defesa ser o forte odor, os opiliões também contam com outros mecanismos, como a camuflagem e a autotomia.
Camuflagem
A coloração dos opiliões permite que se misturem ao ambiente e assim dificilmente são notados pelos predadores.
Por exemplo, a coloração escura de alguns indivíduos que permanecem imóveis e escondidos no substrato dificultando a identificação e localização dos mesmos (Gnaspini & Hara, 2007).
Outro tipo de mecanismo usado por muitas espécies na presença de um predador é fingir estar morto.
Assim, opiliões podem permanecer imóveis por até 20 minutos.
Autotomia
Outra forma do opilião se defender é cortar parte da sua perna, logo abaixo da linha do fémur.
O que permite que o opilião se solte do predador e fuja.
Mas a perna perdida não se regenera.
Onde vivem e de que se alimentam opiliões
São animais de hábitos noturnos principalmente.
A maioria das espécies vivem na vegetação rasteira, nas camadas superiores do solo, na madeira podre.
Enquanto outras espécies vivem dentro de cavernas.
São animais que perdem água corporal com facilidade, e por isso são dependentes de ambientes úmidos.
Por isso também, são muito vulneráveis à destruição do habitat em que vivem.
E várias espécies de opilião correm riscos de entrar extinção com o desmatamento.
Os opiliões são em geral onívoros.
Ou seja, se alimentam tanto de invertebrados menores, quanto de material orgânico em decomposição, como restos de folhas e musgos (Kury & Pinto-da-Rocha, 2002).
Uma outra curiosidade é que as fêmeas enterram seus ovos.
Ou os depositam em folhas ou rochas.
Os opiliões representam a quarta maior ordem de aracnídeos.
Ficando atrás apenas das ordens Araneae, Acari e Pseudoscorpiones.
Há mais de 6500 espécies descritas para o mundo (Kury, 2013).
No Brasil são conhecidas cerca de 950 espécies, mas acredita-se que o número real de espécies possa atingir 1.600 (Pinto-da-Rocha, 1999).
Você já viu algum desses por aí?
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