De grande importância médica e cotidiana, o sistema ABO é um assunto para discussão em sala de aula.
Mas nem sempre fazer os alunos entenderem tranquilamente nem sempre é fácil.
Para um aluno de ensino médio, apenas estudar os conceitos teóricos pode não ser suficiente para a compreensão de todos os aspectos presentes neste assunto.
Assim precismos de diferentes recursos pedagógicos para facilitar a aprendizagem dos estudantes.
Por isso trazemos aqui 5 jogos e demonstrações que ajudam no ensino de sistema ABO.
Permitindo estabelecer conexões entre o conteúdo de difícil compreensão e fatos que os alunos vivenciam em seu cotidiano, atraindo o interesse e a atenção deles.
O sistema ABO em um jogo com cartas
O jogo proporciona a junção das cartas de alelos em pares, formando genótipos que respondem as questões das cartas problemas.
O jogo pode ser realizado por até 4 jogadores ou 4 grupos (neste caso elege-se um líder por grupo).
Distribui-se 12 cartas de resposta para cada jogador/grupo e aquelas que sobrarem permanecem em um monte na mesa.
Em outro monte na mesa deverão ficar as questões.
Cada aluno/líder joga o dado para saber quem irá começar.
Quem tirar o maior número começará o jogo.
Caso haja empate, o dado será jogado novamente pelos empatados.
O aluno que começa tira uma questão e entrega para o seu adversário da direita ler (deve-se ter cuidado para não mostrar a questão, pois nela também estarão as possíveis respostas).
O adversário lê a questão e o jogador terá que montar com duas cartas um tipo sanguíneo que responde à questão.
Algumas questões possuem mais que uma resposta, dessa forma, o aluno poderá escolher uma delas para montar.
Caso não tenha cartas suficientes para responder, o aluno “pesca” até duas cartas do monte de cartas de respostas e tenta responder, se errar passa a vez.
A pessoa que realizou a questão deverá conferir se a resposta do colega está de acordo com alguma das opções de resposta.
Se estiver correto, as cartas do aluno serão colocadas sobre a mesa em um monte chamado “descarte”.
Se estiver errada o aluno deverá recolher suas cartas e passar a vez.
As cartas podem ser visualizadas aqui (nas páginas 2198-2209).
Na trilha do sangue: O jogo dos grupos sanguíneos
O jogo “Na Trilha do Sangue” serve ao professor como instrumento para abordagem do tema de grupos sanguíneos.
Consiste em uma série de questões sobre o conteúdo de grupos sanguíneos e por isso há a necessidade de uma explanação prévia do assunto pelo professor.
Este jogo serve como atividade de fixação do conteúdo ou avaliação diagnóstica de aprendizado dos alunos.
O professor pode adequar o jogo à sua abordagem ou ao nível de complexidade desejada, utilizando, ou não, todos os dados do jogo.
O dado do gene H pode não ser utilizado se não houver a abordagem do “falso O”, sem comprometer o desenvolvimento da atividade.
O número de participantes também é flexível, mas este, não deve exceder a 4 jogadores e um mediador.
A atividade consiste em um jogo de trilha, sobre um tabuleiro, onde os participantes, um a um, lançam seis dados, sendo eles:
Conjunto de três dados que determinam os genótipos dos fatores ABO, Rh e precursor do ABO (“falso O”).
Um dado com a pergunta a ser respondida sobre o genótipo sorteado nos 3 dados anteriores.
As perguntas se referem ao fenótipo ou tipo sanguíneo do indivíduo, aos antígenos que esse indivíduo apresenta na membrana, aos anticorpos que ele produz, potenciais doadores e receptores do sangue, e uma face que determina que o jogador “perde a vez”.
Dado numérico determinador do número de casas da trilha que progredirá se acertar a questão sorteada no dado e referente aos genótipos.
Um dado que permite ou não uma consulta à tabela que pode auxiliar na resposta.
Os jogadores definem primeiramente a ordem entre eles e, em seguida, cada um escolhe o pino que o representará no jogo.
Os participantes progridem com seus pinos na trilha à medida que acertam as respostas para as questões sorteadas na associação dos dados.
Vence o jogo aquele que chegar primeiro ao final da trilha.
Como montar o jogo pode ser visto aqui.
Ação de dois antígenos: Vai um refresco aí?
Essa é uma atividade trabalha o sistema ABO por meio de uma simulação da transfusão sanguínea.
Os alunos serão divididos em 4 grupos e cada um representará um tipo sanguíneo.
Os aglutinogênios A e B serão representados por sucos em pó de sabores laranja e uva.
Cada equipe tem um copo transparente com água representando um vaso sanguíneo (o copo) e o plasma (a água).
Cada equipe escolhe um representante para se dirigir à frente da turma com seu respectivo copo, com o desafio de responder, mediante a indagação feita pelo professor, à seguinte pergunta:
Equipe Tipo A: A que tipos sanguíneos o tipo A pode doar e de quais tipos poderá receber?
Equipe Tipo B: A que tipos sanguíneos o tipo B pode doar e de quais tipos poderá receber?
Equipe Tipo AB: A que tipos sanguíneos o tipo AB pode doar e de quais tipos poderá receber?
Equipe Tipo O: A que tipos sanguíneos o tipo O pode doar e de quais tipos poderá receber?
Após as devidas respostas é adicionado uma pequena quantidade do refresco tipo O nos demais copos para provar que este grupo é considerado o doador universal.
Isso porque demonstra que não há alteração da cor no copo das demais equipes.
Sequencialmente é adicionada uma pequena quantidade de qualquer um dos tipos de refresco ao copo que representa o tipo O, para que percebam a alteração da cor.
E assim compreendam o risco de uma transfusão errada devido à incompatibilidade sanguínea.
E, por fim, nos copos que representam os tipos A, B e O deverá ser adicionada uma certa quantidade do refresco ao copo da equipe tipo AB para que se perceba a ausência de alterações.
Demonstrando que este tipo sanguíneo é considerado o receptor universal.
A atividade completa pode ser vista aqui.
Genética no cotidiano: o sistema ABO na transfusão sanguínea
Essa atividade trabalha com a formação genética do sistema ABO.
São confeccionados cubos de papel que representam o alelo H e alelo h e os alelos A, B e O.
Além disso, outras peças representam a cadeia de polissacarídeo na superfície das hemácias, a fucose, a N-acetil-galactosamina, a N-galactosil, e as transferases ativas.
Peças representando os anticorpos naturais podem ser confeccionadas para representar a presença dessas moléculas no sangue.
O aluno joga os 4 dados e observa os genótipos adquiridos.
Em relação à presença ou ausência da fucosil transferase ativa, podem-se obter os genótipos HH, Hh e hh.
Em relação ao sistema ABO, podem-se obter os seguintes genótipos: AA, AO, BB, BO, AB, OO.
Nessa etapa, o aluno montará, a partir dos genótipos, o fenótipo do grupo sanguíneo.
Ou seja, a constituição do antígeno de superfície das hemácias.
Além disso, deverá mostrar quais anticorpos naturais estão presentes no grupo sanguíneo ABO montado no jogo.
Durante a atividade, o professor pode questionar a respeito dos fundamentos de genética.
Além de discutir sobre conceitos de imunologia, como antígeno e anticorpos, e a ação dessas moléculas na transfusão sanguínea.
O material para imprimir pode ser encontrado aqui.
Brincando com o sistema sanguíneo: proposta alternativa para o ensino dos grupos sanguíneos ABO
Pode ser usado de forma demonstrativa pelo professor.
Ou pode-se confeccionar vários kits e os próprios alunos simularem os grupos sanguíneos e diversas situações de transfusões sanguíneas.
Os palitos com miçangas representam os antígenos.
Por isso são fixados nas hemácias pela ponta sem miçanga.
As hemácias (com os antígenos) e os anticorpos (palitos sem miçangas) são colocados dentro das caixinhas.
Portanto, deve-se montar 4 caixinhas, cada uma delas representando um tipo sanguíneo.
Para representar uma transfusão sanguínea em que não há aglutinação de hemácias
Duas caixinhas com sangues do mesmo tipo.
Como por exemplo, sangue A, e depois “transportar” as hemácias de uma caixinha para a outra.
Como os antígenos (palitos com miçangas) são de cores diferentes dos anticorpos (palitos sem miçangas), eles não se ligarão.
E, portanto, não ocorrerá aglutinação.
Apesar de não haver separação de células durante as transfusões sanguíneas, os anticorpos do doador (palitos sem miçanga), não precisam ser transportados de uma caixinha para a outra.
Porque esses anticorpos diluem se no plasma do receptor.
E por isso não estão envolvidos diretamente no processo de aglutinação.
Para representar uma transfusão sanguínea em que ocorre aglutinação
Deve-se montar duas caixinhas com sangues de tipos diferentes.
Como por exemplo, sangue A e sangue B.
Em seguida, deve-se transportar as hemácias de um dos tipos sanguíneos para a outra caixinha, simulando a transfusão.
Devido ao fato de os antígenos das hemácias transplantadas serem da mesma cor dos anticorpos contidos no plasma sanguíneo presente na caixinha, eles se ligarão e, com isso, ocasionarão o processo de aglutinação.
A orientação completa pode ser vista aqui.
Boa tarde, gratidão por seu maravilhoso material. Entretanto o link para impressão do jogo 1 (sistema ABO com cartas) está inválido. Tens como disponibilizar?
Olá Mônica,
Atualizei o link, infelizmente neste arquivo as cartas não estão tão boas quanto o outro, mas espero que ajude.
A revista removeu os anexos e eu não os tenho mais 🙁
Professora queria a referencia desta prática
Olá Mara,
Todas as atividades estão referenciadas ao longo do texto, é só clicar nos links que você abrirá os respectivos artigos na integra.
Prezada Professora Teresa, saberia alguma prática lúdica para detecção de vírus em sangue ?
Esta prática teria que durar entre 20-25 min. Obrigado!!
Olá Rafael,
Não sei. Para ensino de virologia a única que conheço é o “Quem Sou Eu? Jogo dos Vírus”, mas não contempla o que você quer.