Esses dias foi noticiado que um adolescente norte-americano morreu após a ingestão de três bebidas com cafeína em um curto espaço de tempo.

O alto consumo de cafeína é muito comum entre pessoas que viram a noite estudando.

Segundo a legislação o composto líquido pronto para consumo pode conter o limite máximo de 35 mg/100mL de cafeína em sua composição.

Maaaaaaas, outro hábito comum entre universitários é a mistura de bebidas, como energéticos e refrigerante.

O que aumenta a dose de cafeína ingerida.

E foi justamente isso que fez o jovem ter uma arritmia cardíaca e morrer.

Você o que acontece com nosso corpo quando ingerimos cafeína?

Mais de 99% da dose ingerida é rapidamente absorvida a partir do trato gastrointestinal, elevando sua concentração no plasma sanguíneo entre 15 e 45 minutos.

Uma vez na corrente sanguínea, a cafeína penetra eficazmente em todos os tecidos corporais

O período de semi-eliminação da cafeína (o tempo requerido para que o corpo metabolize e elimine a metade da concentração no plasma sanguíneo: a meia-vida) oscila entre horas e dias, dependendo da idade, o sexo, a medicação e as condições de saúde, estado hormonal e se o indivíduo é ou não fumante.

Para sua eficaz eliminação, a cafeína deve ser convertida em seus metabólitos que são mais rapidamente excretados pela urina.

Esta bio transformação ocorre principalmente no fígado.

Sabe-se com certeza que a cafeína afeta a função normal celular e tem diversos efeitos fisiológicos.

É um estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC) e, dependendo em parte da quantidade consumida, pode produzir uma variedade de efeitos em outros órgãos.

Dependendo da dose, ela pode aumentar os batimentos cardíacos e a taxa de metabolismo basal, promover secreção ácida no estômago e aumentar a produção de urina.

É por isso que muitas pessoas não podem tomar energético.

Em vez de deixar a pessoa ‘animada’ a pessoa passa mal e sente tontura.

Falando em deixar animado, sabe aquela sensação de atenção?

Isso acontece porque a cafeína exerce um efeito sobre a descarga das células nervosas e a liberação de alguns outros neurotransmissores e hormônios, tais como a adrenalina.

A cafeína exerce uma ação inibidora sobre os receptores do neurotransmissor adenosina, situados nas células nervosas.

E é isso que causa sensação de revigoramento, diminuição do sono e fadiga.

Além disso, aumenta o metabolismo energético em todas as partes do cérebro, mas diminui algumas vezes o fluxo cerebral induzindo uma hipoperfusão relativa do cérebro.

Além disso, ativa a noradrenalina e aparentemente afeta a liberação da dopamina.

Muitos dos efeitos de alerta da cafeína podem estar relacionados à ação das metilxantinas sobre a serotonina.

Estudos apontam que o consumo de cafeína afeta a quantidade e a qualidade do sono, e que a cafeína de bebidas energéticas alteram o humor ( Gyllenhaal et al; Smit & Rogers).

Mas a cafeína tem relação com problemas cardiovasculares?

Numerosos estudos investigam a ligação entre a cafeína e as doenças cardiovasculares, esta relação ainda é incerta.

O Scientific Committee on Food (SCF) na Europa considera que há um aumento no risco de doenças cardiovasculares por efeito da cafeína sozinha ou em combinação com outros constituintes, como a taurina, presente em alguns tipos de bebidas energéticas, particularmente consumidas durante ou depois do exercício intenso.

Os efeitos relacionados ao sistema cardiovascular variam desde aumentos moderados na velocidade dos batimentos cardíacos até arritmias cardíacas sérias.

Isso varia de indivíduo para indivíduo.

O aumento da pressão sanguínea é um conhecido fator de risco para doenças cardiovasculares e derrames, e os indivíduos com pressão alta são geralmente aconselhados a reduzir o consumo de cafeína.

Tem-se sugerido que o consumo de cafeína pode aumentar os riscos relacionados à hipertensão.

Importante destacar que, o café nosso de cada dia não é tão prejudicial quanto os energéticos.

O consumo regular de cafeína do café tem um efeito  pequeno sobre a pressão arterial.

A cafeína pode ser tóxica?

A cafeína figura na lista GRAS (substâncias geralmente consideradas como seguras).

Mas é preciso estar atento a quantidade!

Uma xícara de café, em que se supõe a ingestão de 1-2 mg/kg de peso corpóreo, dá uma concentração plasmática máxima de 5 – 10 µM.

É considerado um consumo excessivo a concentração plasmática >50 µM.

Essa concentração produz o chamado sintomas de cafeinismo.

São sintomas como ansiedade, agitação, dificuldades de conciliar o sono, diarreia, tensão muscular, tontura e palpitações cardíacas.

A dose letal (DL50) é de 150 – 200 mg/kg de peso corpóreo (concentração no plasma sanguíneo de aproximadamente 750 µM) que equivale ao consumo de uma só vez de 75 xícaras de café forte.

O consumo destes produtos por períodos prolongados, em altas doses ou em combinação com bebidas alcoólicas pode ser perigoso para saúde de alguns consumidores (Santa-María et al.).

poucos casos de intoxicação retratados pela cafeína.

As principais manifestações ocorrem no sistema nervoso central e cardiovascular.

Insônia, agitação e hiperexcitabilidade são manifestações iniciais.

Então, não há motivos para alarmes, mas aprecie com moderação sempre!