A Ciência é uma produção de cunho social e cultural.
E justamente por isso acompanha as condições politicas- econômicas que estão acontecendo no momento.
Uma das visões mais amplamente divulgadas da Ciência é a positivista.
O qual considera a Ciência como uma verdade absoluta.
E também fundamentalmente empírica com objetividade, tendo como métodos a experimentação repetida inúmeras vezes e controladas pela comunidade científica.
E a forma como o professor compreende a Ciência está relacionada diretamente como a maneira como o professor ensina ciências.
Por exemplo, professores com essa visão positivista da Ciência tendem a utilizar o conhecimento científico como um produto reflexo de repetições e que não considera o erro.
Quando o professor compreende a Ciência enquanto uma atividade humana, histórica, influenciada pelo contexto social, passível de críticas e em permanente construção, tende a adotar uma perspectiva construtivista de ensino.
Essa perspectiva construtivista tende a levar em conta aspectos da Ciências nas suas aulas.
Como por exemplo, a resolução de problemas, concepções prévias, levantamento de hipóteses, explicação e argumentação.
Professores que tem essa compreensão buscam em suas aulas não apenas os produtos ou a repetição de conceitos.
Mas os processos de como são construídos os conhecimentos.
Dessa forma, priorizar os processos de construção de conhecimento é aproximar a Ciência nas aulas de ciências.
E principalmente, promovendo a alfabetização científica.
Aproximação da Ciência no ensino de ciências
A alfabetização científica pode ser compreendida como um processo que prioriza a formação de um sujeito crítico.
Ou seja, capaz de se posicionar diante de aspectos científicos e políticos e que se aproprie da cultura científica compreendendo como a produção de conhecimento é realizada.
A Ciência busca respostar para problemas.
E o ensino de ciências por meio da utilização de problemas possibilita que o aluno desenvolva habilidades cognitivas para a construção de uma resposta possível.
Em uma situação problema em sala de aula, é importante levar em consideração o conhecimento prévio dos alunos.
Mas também entender que essas concepções não são mudadas facilmente.
As concepções prévias servem como estrutura para a construção do novo conhecimento.
E muitas vezes a concepção prévia é utilizada como “dar voz ao aluno”.
Como se apenas o fato do aluno estar falando o colocasse como sujeito ativo do aprendizado.
Mas não é isso!
É preciso que o conhecimento seja organizado, direcionado, para que o aluno consiga expressar o que sabe.
E que o professor possa direcionar para uma nova significação, uma vez que o aprendizado está associado às oportunidades de repensar as ideias.
No ensino de ciências a utilização da explicação é fundamental ao professor, uma vez que é de extrema importância a compreensão dos conceitos.
E aos alunos uma vez que são construídas com modelos e representações do conhecimento que está sendo construído e envolve diferentes níveis de explicações.
Na Ciência a explicação norteia o como explicar sobre o saber.
E é representado pelos modelos teóricos utilizados para interpretar fenômenos.
E a argumentação dá validade ao modelo.
A Ciência se utiliza dessas duas estruturas linguísticas diferentes, argumentação e explicação, que em alguns momentos se sobrepõe, assim como também é utilizado ambas no ensino de ciências.
A argumentação é necessária na construção de novos conhecimentos científicos.
Assim como para desenvolver o raciocínio no ensino de ciências.
A argumentação ainda tem pouco espaço nas aulas de ciências.
Uma vez que a maioria das aulas são expositivas e não propõem problemas para os alunos resolverem.
Entretanto, ao pensar na alfabetização científica como norte do ensino para um aluno crítico, argumentação e explicações se completam aproximando os alunos do conhecimento científico e da Ciência.
Implicações no ensino de ciências
A escola, principalmente o ensino de ciências, tem o papel de ensinar o individuo a pensar, ter ideias que não se constroem por si só ou por interação com mundo.
Os saberes científicos sofrem certas alterações para serem ensinados, e o modo como o professor escolhe para ensinar os conteúdos condiciona as interpretações que os alunos têm sobre o que vai ser aprendido, uma vez que pelas interações o professor comunica as intenções e expectativas, sugere os procedimentos e atribui direitos e responsabilidades.
Se as representações precisam ser feitas e refeitas, os saberes fragmentados, sem um planejamento que contemple ir e vir entre as ideias já trabalhadas e retrabalhadas, torna o conhecimento uma sobreposição de conteúdos que não serão proveitosas no ensino.
Aproximar o ensino de ciências da Ciência, não tem por finalidade formar “mini-cientistas”.
Mas possibilitar o desenvolvimento de habilidades cognitivas que permitem resinificar os conteúdos dando condições para que o aluno seja crítico.
E também entenda as interações da ciência com a sociedade.
Para que possa de fato, ser participativo nas decisões e discussões que ocorrem na sociedade.
Qual a sua concepção de Ciência?
E como isso influencia suas escolhas didáticas para as aulas de ciências?
Conte aqui para a gente!!
Teresa, você tem algum artigo publicado em revista científica sobre este assunto?
Olá Patricia,
Artigo especificamente sobre esse assunto não, mas tem um capítulo na minha dissertação que que fala sobre.
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-29032017-172339/pt-br.php