Você sabia que as plantas tem mecanismos de defesa?
Pois é!
Imagine que você é uma planta.
E está em seu jardim coberto pelo silêncio e a luz solar do verão incendeia o horizonte.
Repentinamente, algo quebra a monotonia.
Estilhaça a calmaria daquela tarde perfeita.
Uma lagarta se aproxima, arrastando seu corpo em direção as suas folhas.
Com sua fome voraz, seria apenas uma questão de tempo, um único dia talvez, para estar completamente destruída, apenas um caule corroído sem folhas.
Mas o que você pode fazer?
Já que é imóvel e suas raízes te predem ao solo.
E se não dá para correr ou fugir do predador, então como se defender?
O inimigo pode não saber, mas existem diferentes armas!
Um arsenal, dependendo da espécie.
E que pode ser invisível, mas com potencial até mesmo para ser letal.
A arma pode estar nos seus “pelos”
As plantas carregam em sua própria estrutura algumas defesas bem úteis.
E uma delas é os seus “pelos”, chamados de tricomas.
Como o próprio nome sugere os tricomas (tem origem da palavra grega trikhós que significa pelo) eles parecem “pelinhos” nas plantas.
Embora tenham formação e funções completamente distintas dos pelos encontrados nos mamíferos.
Localizado na região epidérmica das plantas eles tem múltiplos encargos.
Alguns tipos armazenam água.
Outros são capazes de produzir secreções, desde pólen, resinas, óleos e substancias mais “nocivas”.
É o caso dos tricomas urticantes.
Em humanos, eles podem causar coceiras ou até reações mais severas como inconsciência (em casos mais graves).
Para os insetos, sua ingestão pode ser fatal.
Quando seu próprio “corpo” é uma arma
Afiados, poderosos e perigosos.
É assim que poderíamos descrever duas “armas” encontradas nas plantas: os espinhos e os acúleos.
Embora sejam fisicamente semelhantes, espinhos e acúleos não são a mesma coisa.
Os espinhos são aquelas famosas estruturas presente em vegetais como os cactos.
Podendo se originar de modificações de folhas e caules, vascularizados (com vasos) realizando fotossíntese e são eficientes para a perda de água em locais mais secos que enfrentam da sua escassez.
Não obstante, são ótimas linhas de defesa contra predadores.
Afinal, não é nada agradável machucar-se enquanto se alimenta.
Já os acúleos são as estruturas chamadas de “espinhos” nas rosas.
Sim rosas, não tem espinhos, e sim acúleos!
Esses são formações avasculares (sem vasos) não fotossintetizantes, projetados da epiderme.
Eles servem para a defesa da planta, lesionando o predador que se aproximar ou tentar transformá-la em refeição saborosa.
As cutículas das plantas (e não são as mesmas das nossas unhas!)
As plantas possuem cutículas.
Mas muito diferente das cutículas encontradas nas unhas humanas (essas também chamadas de eponíquio), elas recobrem a parede celular externa das plantas.
As cutículas servem para evitar a perda excessiva de água (plantas que vivem em locais mais desérticos possuem uma camada mais espessa).
E também atuam como uma camada protetora mais rígida contra traumas mecânicos e dificultam a destruição por herbívoros.
O poderoso tanino
Algumas plantas como a uva, chá-verde e o cacau possuem como “arma” uma substancia chamado tanino.
Os taninos são compostos químicos conhecidos pelo seu sabor amargo e quase intragável.
Eles são produzidos no interior de células conhecidas como cloroplastos (uma organela encontrada em várias partes da planta, sendo mais abundante nas folhas).
Os taninos são usados como defesa contra ataque de predadores as suas folhas e frutos, principalmente pela amargura palatável.
E, dependendo de sua concentração ingerida e espécie pode ser fatal.
Os taninos são amplamente pesquisados pela indústria pelo seu potencial inseticida.
Não apenas, pesquisas apontam benefícios no consumo de alimentos que contém taninos por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, além da sua utilização na indústria farmacêutica.
O segredo dos crisantemos
Alguns crisântemos como o crisântemo dálmata (Chrysanthemum cinerariaefolium) tem um pesticida natural em suas flores: a piretrina.
É um composto extremamente tóxico para os insetos.
Uma pequena quantidade pode ser fatal, atingindo o tegumento e o sistema nervoso dos insetos causando paralisia em seu corpo, culminando em sua morte.
Existem relatos milenares obre seu uso para eliminação de pragas.
Relatos milenares e registros históricos remontam seu uso há mais de mil anos.
Suas flores eram trituradas manualmente e secas.
O resultado era um pó denso conhecido como “pó de piretro”.
Seu potencial como repelente e pesticida foi explorado por diversas culturas, relatados na China primeiramente e popular no Japão.
Atualmente, ele é sintetizado pela indústria química como um piretroíde, sua forma sintética e produzida em larga escala.
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