A primeira vista você diria que um coral é o que? Um animal, um vegetal ou um mineral?
Já que tem a aparência de uma flor mas é duro como uma pedra e se reproduz como um animal, com ovos e espermatozoides.
Acertou quem respondeu animal!
Os corais são pertencentes ao Filo Cnidária, o mesmo das anêmonas-do-mar e águas vivas.
Curiosamente, no século XVIII, os corais eram considerados por alguns naturalistas como “Zoophyta”.
Ou seja, zoo = animal; phyto = planta, um grupo de criaturas estranhas, que eram uma mistura de planta e animal.
Mas afinal como é um coral?
É um animal marinho simples, que tem simetria radial.
Ou seja, assim como o desenho do sol, a partir de um ponto central, as estruturas se distribuem igualmente para todos os lados.
Um indivíduo é um pólipo, mas quando são vários pólipos unidos por um tecido comum se trata de uma colônia.
O pólipo é um saquinho, com divisões internas, com uma boca no centro e tentáculos ao seu redor.
Na base do pólipo, é produzido o calcário que forma o esqueleto duro do coral, que fica entre a base e o chão – por fora do corpo do animal.
Essa base pode ser comparada com a sola dos nossos pés, mas é fixa no mesmo lugar por toda a vida do coral desde que a larva assenta e surge o pólipo.
Todos os corais são iguais?
Na verdade, não!
Coral é um nome popular dado a vários cnidários de grupos diferentes.
Os quatro principais tipos são:
1) Corais verdadeiros ou pétreos
Têm grande importância na construção de recifes.
Seus pólipos absorvem cálcio da água do mar e o utilizam para construir um esqueleto calcário (como nossos ossos), que crescem pela base do pólipo.
Caracterizam-se por apresentar tentáculos em número de seis e podem ser solitários ou coloniais (vários pólipos).
2) Corais-de-fogo
Também produzem esqueleto calcário.
No entanto, estes são cobertos por poros de tamanho diferenciado, onde se localizam dois tipos de pólipos: um especializado na alimentação e outro na defesa.
Apresentam poderosos cnidócitos que podem causar ardor na pele ou queimaduras leves com um simples toque ou arranhão.
3) Octocorais
Incluem as gorgônias, os corais tubo e os corais moles.
São assim chamados por apresentarem exclusivamente oito tentáculos em seus pólipos.
Podem produzir um eixo córneo, que lhe dá grande flexibilidade. Praticamente todos os octocorais formam colônias.
que têm um esqueleto ereto mais flexível e córneo, formado por substância semelhante a nossas unhas.
4) Corais negros (ou semipreciosos)
Assim como os pétreos, também secretam um esqueleto pela base do pólipo, mas, neste caso, feito de material córneo (como nossas unhas).
Esse esqueleto forma um eixo central que pode atingir comprimentos consideráveis e apresentar ou não ramificações.
Esse eixo é revestido por espinhos e os pólipos têm seis tentáculos.
Mas como vive um coral?
Os corais, em geral, vivem fixos no recife ou em outro substrato duro.
Se alimentam de pequenos organismos, como crustáceos, capturados com seus tentáculos urticantes.
Os corais recifais têm ainda uma associação com algas simbiontes (zooxantelas), que vivem dentro dos tecidos dos pólipos.
As algas usam a luz do sol para produzir açúcar e outros nutrientes (fotossíntese).
Esses produtos são transferidos para os pólipos e representam grande parte do alimento que o coral precisa para sobreviver.
Por outro lado, o coral dá abrigo para a alga e lhe fornece CO2.
Essas algas também são as responsáveis pelas cores amareladas, acinzentadas e esverdeadas dos corais.
Os corais do Brasil são os mesmos de outras partes do mundo?
A diversidade de corais existentes no Brasil é baixa se comparada com outros locais do Caribe ou do Oceano Pacífico.
Nos recifes daqui, existem 16 espécies de corais pétreos ou verdadeiros, 17 espécies de octocorais, 5 espécies de hidrocorais e 3 espécies de corais negros.
Dessas 41 espécies, metade só existe no nosso país, o que faz com que nossa fauna de corais seja muito importante e única.
Coral e recife de coral são a mesma coisa?
Na verdade, não!
O coral é um animal marinho como já explicamos ali em cima.
Já o recife de coral é um ecossistema complexo e tridimensional, construído unicamente pela atividade biológica.
São formados por várias colônias de corais, mas não só!
Ao longo de centenas ou milhares de anos, os esqueletos calcários são depositados uns sobre os outros, e os corais são um dos principais organismos formadores dessas grandes estruturas.
Como têm uma variedade grande de ambientes (piscinas, tocas, paredes verticais, horizontais, etc.), os recifes de coral abrigam uma enorme biodiversidade.
Assim, inclui também algas, anêmonas, esponjas, estrelas do mar, lagostas, peixes e mais uma infinidade de seres vivos, até microscópicos.
Qual a importância ecológica dos recifes de corais?
Assim como todos os nossos ecossistemas, muitas pessoas dependem direta ou indiretamente dele.
Além disso, os recifes de corais protegem a costa contra a ação das ondas e abrigam espécies de valor econômico.
E ainda são fontes de alimento, como peixes, polvos e lagostas e têm substâncias que podem ser extraídas e utilizadas para produção de medicamentos e outros produtos.
Branqueamento de corais
Ocorre quando os corais sofrem estresse por aquecimento da água, acidez, poluição ou doenças.
Tal fenômeno está associado à perda de algas simbiontes (zooxantelas) que vivem no interior dos tecidos dos corais recifais.
Quanto mais intenso e duradouro o evento, maior a chance de o coral morrer.
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