Besouros com ‘chifres’, grandes e de cores incríveis. Estamos falando dos populares escaravelhos ou rola-bostas.
Existem mais de 20 mil espécies de escaravelhos no mundo.
Várias espécies da família Scarabaeidae alimentam-se de carniça (necrófagos) e fezes (coprófagos).
Algumas ingerem matéria orgânica do solo em geral (saprofagia) e algumas outras são herbívoras em raízes de plantas.
São importantes recicladores de materiais da superfície do solo e reingresso no ciclo de nutrientes.
1) Importância ecológica
Alguns escaravelhos são generalistas e utilizam qualquer excremento encontrado, ao passo que outros se especializam de acordo com textura, umidade, tamanho do monte de fezes, conteúdo fibroso, área geográfica e clima.
Os besouros escaravelhos apresentam três comportamentos básicos de alocação de recurso alimentar.
Telecoprismo
São espécies que rolam esferas de alimento (a maioria das vezes excremento) até enterrarem-nas em uma câmara escavada.
Com frequência também por meio de uma rede de tuneis.
Paracoprismo
A maioria dos besouros escaravelhos escavam redes de tuneis logo abaixo ou ao lado do monte de fezes e puxam para baixo pelotas de excremento.
Endocoprismo
Espécies de escaravelhos que se alimentam e formam ‘ninhos’ no interior do alimento.
Mas o que esses diferentes comportamentos tem a ver com a importância ecológica?
Estes comportamentos proporcionam a desestruturação e a decomposição da matéria orgânica que consomem, tornando os nutrientes novamente disponíveis ao ecossistema.
A construção de galerias contribui ainda com a aeração e infiltração da água no solo.
A alimentação dos escaravelhos é a maior contribuição ecológica e funcional nos ecossistemas.
É pelo trabalho na remoção do alimento que se inicia a decomposição dos materiais orgânicos e a incorporação no solo.
2) Hábitos singulares
Alguns Escarabeídeos têm hábitos singulares.
Espécies como a Canthon virens Mannerheim são utilizadas para controle biológico de formigas cortadeiras pois atacam as fêmeas de saúvas do gênero Atta.
Canthon separa com muita habilidade o abdome do tronco da formiga e o enterra.
Em presença da iça despreza qualquer outro alimento.
Outro hábito singular já observado foi o ectoparasitismo da preguiça Bradypus gorgon por besouros da espécie Uroxys Westwood.
Também já foi observado o besouro Plesiocanthon gibbicollis, presentes no sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, vivendo sob a carapaça do caramujo Bulimus hoemostoma e alimentando-se do muco secretado pelo gastrópode.
3) Para que servem os ‘chifres’ dos escaravelhos?
É uma característica associada à competição sexual.
Por exemplo, as besouras escarabeídeos pertencentes ao grande e diverso gênero Onthophagus podem exibir chifres elaborados que variam em tamanho entre indivíduos e na posição no corpo entre espécies.
Chifres grandes estão restritos quase exclusivamente aos machos.
Excepcionalmente, as espécies cujas fêmeas tem chifres longos na cabeça e no tórax, há uma reversão sexual nos papeis de defesa.
Ou seja, neste caso as fêmeas é que defendem o ninho e a prole.
As fêmeas selecionam preferencialmente machos com chifres grandes como parceiros.
Essa escolha está relacionada com melhores capacidades de defesa contra intrusos dos machos com chifres grandes, que procuram expulsar o residente de um ninho rico em recursos, aprovisionado com fezes, sua parceira e sua prole.
As diferenças na localização do chifre podem ser explicadas pelo sacrifício seletivo dos órgãos ao redor de acordo com 0 comportamento da especie.
Então, espécies notu