Conhecida popularmente como dormideira, dorme-dorme, sensitiva, maria-fecha-a-porta, não-me-toques ou dorme-joão, você já deve ter cruzado com uma plantinha que se fecha ao encostar nela.

Estamos falando da Mimosa pudica L., uma espécie subarbustiva, nativa da América do Sul.

Pertencente à família Fabaceae, subfamília Caesalpinioideae, a mesma do pau-brasil.

Desde sua descoberta chamou a atenção pela sua habilidade em mover rapidamente as folhas ao ser tocada, fechando os folíolos e baixando a folha.

Por essa razão, foi nomeada por Linné com o epíteto específico de pudica.

Que quer dizer, mesmo em português, “tímida”, “envergonhada”.

Mas por que a dormideira “fecha as folhas”?

Acredita-se que o comportamento de fechar as folhas na dormideira tenha evoluído como uma estratégia de defesa da planta (GAGLIANO et al., 2014).

Assim, quando a planta percebe um ataque em potencial por meio do toque ela se fecha.

Para que, se um predador encostar nessas folhas, se afaste quando elas se fecharem.

Desse modo, ao receber um estímulo mecânico ou térmico em suas folhas, ocorre uma sinalização elétrica que se propaga ao longo dos foliólulos, folíolos e folhas, podendo descer pelo pecíolo até o caule da planta para atingir outras folhas (VOLKOV & MARKIN, 2015).

Este movimento dos folíolos de fechar após sofrerem abalo mecânico ou físico, é chamado de seismonastia (RAVEN et al., 2014).

Os estímulos levam a um decréscimo no turgor das células dos pulvinos, envolvendo migração de íons por meio das membranas e consequente fechamento das folhas (GHOSH et al., 1998).

Ou seja, na base de cada folhinha, existem células capazes de perder água com grande rapidez.

Dois elementos químicos presentes em seu organismo – potássio e cálcio – direcionam a água para um espaço entre as células.

E é isso faz com que elas murchem, encolhendo as folhas.

Quanto mais forte o toque, maior é o número de folhas que se fecham.

Mas o efeito é temporário: depois de um tempo sem ser tocada, a planta restabelece o equilíbrio de água em seu interior e as folhas voltam a abrir.

Essa sensibilidade e movimento das folhas da planta também ocorrem em outras espécies dentro da família das ervilhas ou em outras famílias, como o gênero Biophytum na família Oxalidaceae.