Você já viu uma jequitiranaboia?
Encontrado nas florestas da América Central e da América do Sul, o inseto faz parte da ordem Hemíptera.
No Brasil, a espécie que leva o nome científico de Fulgora laternaria.
Seu nome popular está relacionado ao seu visual para lá de diferentão.
Jequitiranaboia, vem do tupi-guarani e significa “cigarra parecida com cobra” (yeki: cigarra; rana: parecido; mboya: cobra).
É vista principalmente na região amazônica, mas é difícil encontrá-la durante o dia, quando costuma descansar camuflada no tronco das árvores.
Com o cair da noite, as jequitiranaboias ficam mais ativas e saem para se alimentar, sugando o caule de algumas plantas.
Para isso, utilizam seu aparelho bucal em formato de “canudinho”.
É, portanto, uma “prima” da cigarra.
Se alimenta da seiva de plantas e do néctar das frutas, sendo inofensiva aos humanos e a outros animais.
Com cerca de 10 cm de comprimento e 12 cm de envergadura (da ponta de uma asa à outra), esse bicho reúne tantas características curiosas que é até difícil de acreditar que não se trata de uma personagem de ficção ou de folclore.
Afinal, a cabeça lembra muito um jacaré, com dentes e tudo, além da cor de serpente e asas com olho de coruja.
Outras marcas também lembram os olhos de algumas serpentes e até mesmo a chamada fosseta loreal – tipo de “buraco” entre a narina e os olhos das cobras, usado para identificar uma presa ou um predador pelo calor.
Por isso, o bicho é popularmente conhecido como cobra-voadora, cobra-de-asa ou serpente-voadora.
Esquisitona, né?
Mas é tudo uma ilusão de ótica provocada pela coloração esverdeada combinada a detalhes em marrom, preto, branco e amarelo, que estampam o corpo do animal.
A jequitiranaboia também possui dois pares de asas, sendo que no par posterior é possível observar uma estampa de formas arredondadas enormes, parecidas com os olhos de uma coruja, que ajudam a espantar possíveis predadores.
Afinal, quando vista com as asas abertas, ela pode passar a impressão de ser bem maior do que realmente é.
Essa morfologia enganosa, juntamente com uma coloração críptica, faz deste inseto um mestre da camuflagem, escapando dos predadores.
As jequitiranaboias ou cigarras-cobra são temidas por causa de seu aparelho bucal.
Por ser rígido e afiado, esse dispositivo costuma ser confundido com um ferrão, uma vez que causa dor ao encostar acidentalmente na pele humana.
Em diversas regiões do país acredita-se que a jequitiranaboia seja portador de um veneno mortal, capaz de ressecar não apenas as árvores das quais se alimenta, como também os seres humanos que, porventura, recebem uma picada por manuseá-lo de forma errada – mas isso não passa de lenda.
Acredita-se também que elas sejam capazes de eliminar ocasionalmente substâncias tóxicas (terpenóides) armazenadas de plantas consumidas, e por isso, a ferroada é tão dolorida.
Uma outra lenda, na Costa Rica, diz que a pessoa ferroada pelo inseto deve ter relações sexuais em até 24 horas para não morrer.
Não há registro de mortes ou situações graves ocasionadas por jequitiranaboias
Na verdade, são insetos fitófagos e inofensivos.
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