Você tem medo de alguma serpente?

Já viu alguma de perto?

Ou já ouviu alguma história sobre serpentes?

Popularmente chamadas de cobras, são normalmente, animais temidos que despertam muitos sentimentos.

Mas nem tem todas as serpentes fazem jus a fama que tem.

E pensando nisso trazemos aqui alguns esclarecimentos sobre esses incríveis animais.

1) A sucuri pode engolir um boi ou uma pessoa

Isso não é verdade!

Uma presa assim seria enorme para uma sucuri e para a maioria das serpentes.

Uma serpente dessas até poderia matar um animal grande como um cavalo ou boi, mas não iria conseguir ingeri-lo.

A sucuri (ou anaconda) e a píton, as duas maiores espécies do mundo, podem devorar animais menores.

Como por exemplo, veados, antas, antílopes, jacarés e capivaras.

E mesmo assim isso não é uma tarefa fácil!

Por exemplo, para comer um bezerro, essas serpentes têm um trabalho danado.

Elas precisam sufocar a presa até a morte e usar uma série de “armas” anatômicas para conseguir engolir um bicho tão grande.

Dependendo do tamanho da presa, a serpente fica depois semanas sem se alimentar.

E em alguns casos, ela pode até morrer em função das dimensões do animal.

Já em relação á pessoas, não existem registros fidedignos de sucuris matando pessoas.

Justamente pelo tamanho, o qual a sucuri não tem estrutura para engolir.

Entretanto há relatos pítons que mataram e até ingeriram pessoas de pequeno porte.

É importante destacar que humanos não fazem parte do cardápio das serpentes, mas eventualmente elas podem se sentir ameaçadas e atacar.

Atacar é um movimento de defesa, dificilmente irão engolir alguém.

2) Uma serpente pode picar dentro da água

Pode mesmo!

Muitas pessoas acreditam que uma cobra venenosa não pica nos ambientes aquáticos, o que é mentira.

Algumas pessoas acreditam as serpentes se afogam quando abrem a boca dentro d’água.

Outras acreditam que ela deixa seu veneno em uma folha para atravessar um rio ou lagoa.

Nada disso é verdade.

Isso significa que as serpentes respiram embaixo d’água?

Não. Elas também têm respiração pulmonar, e conseguem mergulhar segurando o fôlego.

Algumas serpentes conseguem segurar o fôlego por até 30 minutos.

Mesmo as serpentes aquáticas (aquelas que vivem apenas na água, como as serpentes marinhas) também prendem o fôlego.

A diferença é que as serpentes aquáticas possuem apenas o pulmão direito funcional.

Ou seja, o pulmão esquerdo é atrofiado.

O que possibilita armazenar ar por mais tempo.

Em áreas alagadas é comum encontrar serpente venenosa, como por exemplo jararacas.

Que podem picar uma pessoa que se aproximar.

Ou ainda quando estiver atravessando um rio ou lagoa nadando, se for interceptada por alguém, poderá picar.

Na Amazônia duas espécies de corais-verdadeiras (Micrurus lemniscatus e M. surinamensis) apresentam hábitos aquáticos.

serpente

3) Algumas cobras correm atrás da gente

Não é verdade.

O que ocorre na verdade é um truque utilizado pela serpente.

Algumas espécies não venenosas como a Jararacuçu-do-brejo (Mastigodryas bifossatus) e a Caninana (Spilotes pullatus) podem dar uma pequena investida em alguém.

E é daí que surgiu a crença de que cobras correm atrás.

Quando as serpentes vem para o lado das pessoas dando ao entender que correria em direção a elas, ninguém espera para ver.

As pessoas correm e podem pensar que foram perseguidas.

No entanto, não passará de um susto.

4) As serpentes podem nos hipnotizar?

Embora essa seja uma informação bastante popular,  é algo inteiramente falso.

E da onde vem essa crença?

Principalmente do fato das serpentes não terem pálpebras móveis.

Ou seja, elas não piscam e com isso seu olhar fixo e constante leva a crer em um olhar hipnótico.

Outra coisa que contribui para as pessoas acreditarem nisso é o fato de que animais ficam imóveis quando uma serpente se aproxima.

Alguns animais como rãs, por exemplo, paralisam porque imóveis são mais difíceis de serem localizados pelas serpentes.

serpente

5) Então como o encantador de serpentes as hipnotiza?

Na verdade não hipnotiza!

Aquela cena clássica de uma pessoa com turbante na cabeça,  tocando uma flauta, que “hipnotiza” uma naja, é um truque.

As serpentes são surdas, elas sabem que algo está se aproximando pela vibração do solo.

Dessa forma, a música é um atrativo apenas para o turista.

O animal é mantido dentro de um sexto que não lhe permite muito movimento.

E além disso, um pouco de urina de rato é colocado no bojo da flauta.

Isso é o suficiente para atrair a atenção da serpente e fazer com que ela acompanhe os movimentos do flautista, que se encontra a uma distância segura.

serpente

6) As serpentes sentem cheiro de leite e mamam em vacas e mulheres

Há muitas histórias de que serpentes mamariam nas vacas, secando, então, o leite destas.

Ou ainda que seriam atraídas pelo cheiro de leite quando há um recém nascido.

E valendo-se de sua capacidade hipnótica, a serpente fará dormir a mulher que estiver amamentando.

E para o bebê não chorar, a serpente lhe daria a cauda para chupar, sugando, então, tranquilamente, o leite da mãe.

Já ouviu essa história?

Pois bem, não é real!

Primeiro, porque como já dissemos ali em cima, serpentes não hipnotizam ninguém.

Segundo que serpentes são répteis e não se alimentam de leite.

E nem que quisessem seria possível, já que para sugar é preciso ter os músculos dos lábios móveis e língua carnosa, duas coisas que não encontramos em serpentes.

Ou seja, dentição, língua e estrutura da boca das serpentes não permitem o ato da sucção.

serpente

7) Os anéis do chocalho indicam a idade da Cascavel

Certamente você já ouviu que quanto mais anéis há chocalho da cascavel mais velha ela é.

Mas isso também não é verdade!

Os anéis do chocalho indicam o mínimo de mudas da pele que ela já teve.

Ou seja, a cada muda cresce um anel.

E o número de mudas não é constante durante um ano.

Além disso alguns anéis ou o chocalho inteiro pode ser perdido caso fique preso em irregularidades do terreno.

serpente

8) O veneno do filhote é mais concentrado do que da serpente adulta

Não é bem assim.

A peçonha sofre transformações do filhote para o adulto.

O que não quer dizer que o filhote seja mais peçonhento que o adulto.

Por exemplo, os filhotes de  jararaca (Bothrops) possuem uma fração proteolítica da peçonha muito reduzida quando comparadas aos adultos de sua espécie.

Há ainda uma outra diferença entre o veneno de adultos e filhotes, mas não tem a ver com a concentração.

Em serpentes do gênero botrópico (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, comboia) o veneno do filhote é predominantemente coagulante.

Enquanto o do adulto, tem maior ação proteolítica e menor ação coagulante.

Sabe de alguma outra curiosidade ou história? Compartilha aqui com a gente!