É muito comum quando uma pessoa quer insultar outra pela falta de inteligência, chamar de anta.

Essa expressão popular tem origem em dois principais fatos:

  • O período gestacional da anta é 13-14 meses, e se assemelha ao do burro.
  • Sua visão prejudicada.

São animais de olhos pequenos e que não enxergam bem. Por isso parecem desastrados.

Quando assustados, esses animais correm pela mata arrebentando tudo que houver pela frente, sem desviar muito do seu caminho ou seguir trilhas.

Mas será que a anta faz jus a esse “xingamento”?

Essa fofurinha com um corpo de leitão, patinhas de boi, orelha de cavalo e focinho de elefante, é um bicho tímido, que precisa de espaço para viver.

Esses mamíferos algumas vezes confundidos com porcos, capivaras, e tamanduás-bandeira, são parentes mais próximos são cavalos e rinocerontes.

Existem quatro espécies de anta: a Anta Brasileira, Anta da Montanha, Anta Centro-Americana e Anta Asiática.

anta

E ao contrário do que se acha, são extremamente inteligentes.

Sim! Antas de burras não tem nada! Pelo contrário, possuem uma enorme concentração de neurônios em seu cérebro.

E uma memória comparável a de um elefante.

E não é só nisso que ela é injustamente utilizada como termo pejorativo.

Além de serem inteligentes, desempenham um importante papel ecológico no ambiente onde vivem, e servem de inspiração para jogos como o Pokemon GO.

A anta-da-malásia ou anta-malaia, pertence à espécie Tapirus indicus, é a inspiração para o Drowzee/Hypno.

Papel ecológico

Uma das características mais marcantes da anta é seu nariz alongado, similar a uma tromba o qual ela usa para buscar e colher alimentos.

Além de ser o maior mamífero terrestre da América do Sul, é considerada a jardineira de nossas florestas.

Esse titulo se deve por ser uma excelente dispersora de sementes, contribuindo dessa forma para a formação e manutenção da biodiversidade dos biomas brasileiros onde vive (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal).

Hábitos

Também chamadas de “tapir”, as antas possuem hábitos noturnos e se alimentam de vegetais como frutas, folhas, gramas e brotos.

São animais solitários e formam casais somente no período de reprodução.

Durante essa fase, os machos emitem assobios estridentes para atraírem as fêmeas.

A cópula pode ser feita dentro ou fora da água.

E apesar de todo o romance, logo após o “namoro”, o casal se separa.

Os filhotes da anta nascem com uma coloração listrada no pelo a qual ajuda na camuflagem.

As listras desaparecem quando os filhotes crescem

As espécies brasileiras são consideradas vulnerável à extinção.

A principal predadora da anta adulta é a onça-pintada.

Os jovens e filhotes também são presas das suçuaranas e jacarés.

Outras características

Se elas tem a visão deficiente, a audição em compensação é precisa.

Pesam de 180 a 300 quilos, com cerca de 1,10 metros de altura e em alguns casos mais de 2 metros de comprimento.

Em geral as fêmeas são maiores do que os machos.

Possuem uma crina curta e estreita ao longo de todo o pescoço, pelagem acinzentada, curta e áspera, e orelhas com pontas brancas.

É um animal solitário, embora seja relativamente comum avistar mais de um indivíduo, nestes casos sendo macho e fêmea em época de reprodução ou uma fêmea com seu filhote.

Após dar a luz, a fêmea demora cerca de 4-5 meses para entrar no cio novamente.

Desta forma, uma fêmea deve produzir um filhote a cada 1 ano e meio ou até mesmo dois anos.

Atingem sua maturidade sexual a cerca de 4 anos de idade.

Vivem cerca de 22-24 anos na natureza

Em cativeiro, existem registros de Antas Brasileiras que viveram até 36-39 anos de idade!

Sua área de uso é imensa, uma média de 470 hectares.

Isso significa que vivem em uma área que equivale a cerca de 500 campos de futebol.

Ameaças

O livro vermelho da IUCN classifica tanto a Anta Centro-Americana como a Anta da Montanha como espécies Ameaçadas.

O que significa que o número de indivíduos sobrevivendo na natureza é tão baixo que essas espécies podem se tornar extintas em um futuro próximo.

Já a Anta Brasileira e a Anta Asiática são classificadas como Vulneráveis, pelo fato de existir um número insuficiente de adultos para aumentar a população para um número considerado saudável.

A Lista Vermelha Nacional do ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – classifica o estado de conservação da espécie brasileira por biomas:

Amazônia – Quase ameaçada.

Principais ameaças: Caça, em geral de subsistência, realizada em grande escala pelas comunidades locais de forma não sustentável e desmatamento.

Caatinga – Localmente extinta.

Cerrado – Ameaçada.

Principais ameaças: Desmatamento/fragmentação para fins de produção agro-pecuária e atropelamentos em rodovias.

Mata Atlântica – Ameaçada.

Principais ameaças: Fragmentação já existente no bioma, causando o isolamento de populações de Anta Brasileira pela falta de conectividade da paisagem e atropelamentos em rodovias.

Pantanal – Quase ameaçada.

Principais ameaças: Transformação do sistema tradicional pantaneiro de pecuária extensiva em formas mais intensivas de produção, envolvendo substituição de pastagens nativas por pastagens exóticas e impacto de maiores quantidades de gado nas florestas; doenças infecciosas provenientes de animais domésticos, sobretudo equinos e bovinos.

Esse é um animal tão importante que tem um dia só para ele. Dia 27 de abril é o Dia Internacional da Anta.

O motivo de sua criação está diretamente relacionado à conservação da espécie, não apenas no Brasil, mas também no mundo.

Agora quando alguém te chamar de anta leve como um elogio, pois a anta é um animal super inteligente e incrível 😉