As características que herdamos são determinadas por genes.

Possuímos um par de genes semelhantes, não necessariamente idênticos, que condiciona cada característica.

Mas apenas um dos membros do par é incluído em um gameta ( lei da segregação).

Assim, a descendência formada pela fusão de dois gametas recebe assim um par de genes, cada um deles herdado de um dos pais.

Os diferentes alelos condicionam diferentes formas de uma característica.

Logo, em indivíduos com dois alelos diferentes do mesmo gene, a inclusão de um deles no gameta é determinada por acaso (lei da segregação independente).

Assim sendo, é possível prever as proporções relativas dos diferentes fenótipos na descendência por meio das leis da probabilidade.

A aparência física de um organismo (fenótipo) nem sempre permite determinar com certeza seus alelos (genótipo) devido a alelos dominantes.

Pois basta que estejam presentes em dose simples para determinar a característica por eles condicionada.

Desse modo, organismos com dois alelos dominantes (homozigóticos dominantes) têm o mesmo fenótipo de organismos com um alelo recessivo e outro dominante (heterozigótico).

É importante ressaltar que para facilitar o entendimento dos padrões de herança, são feitas algumas simplificações.

A primeira delas é a suposição de que cada característica seja completamente controlada por um único gene, e a outra simplificação é supor que um alelo seja completamente dominante em relação ao outro, recessivo.

Na realidade, a maioria das características é determinada de maneira muito mais variada e complexa.

Muitas características são influenciadas por vários genes já que analisando a população humana verificamos que existem pessoas dos mais variados pesos, tons de pele e forma do corpo, apenas para considerar algumas características bem visíveis.

Características como estas não são governadas por um único gene, mas são influenciadas por interações entre dois ou mais pares de genes – assim como por interações desses genes com o meio ambiente.

Mas para facilitar o entendimento em sala de aula a sugestão de atividade utiliza das simplificações apontadas acima.

Atividade prática transmissão de características

Para essa atividade os alunos podem ser divididos em duplas.

Forneça aos alunos desenhos de dois contornos de um rosto humano e de diferentes tipos de características faciais (tipo de cabelo, de olhos, de sobrancelhas etc.).

A atividade consiste em sortear, com o lançamento de moedas, quais serão as características do filho ou filha de um casal hipotético.

Em seguida, deve-se recortar o desenho correspondente à característica sorteada, colando-o apropriadamente sobre o desenho do contorno do rosto previamente sorteado.

As seguintes características humanas, cada uma condicionada por um par de alelos:

1) Forma do rosto

Pode ser oval (genótipos QQ ou Qq) ou quadrado (genótipo qq).

A escolha da letra Q para representar os alelos segue a convenção de empregar a inicial do caráter recessivo.

2) Tipo de cabelo

Pode ser crespo (genótipo CCCC), liso (genótipo CLCL) ou ondulado (genótipo CCCL).

Neste caso, como se trata de ausência de dominância, escolhemos a inicial da característica (letra C) com o índice C ou L para representar os alelos.

3) Espessura da sobrancelha

Pode ser grossa (genótipos FF ou Ff) ou fina (genótipo ff).

4) Espaço entre os olhos

Os olhos podem ser mais juntos (genótipo OJOJ), mais separados (genótipo OSOS) ou medianamente separados (genótipo OJOS).

5) Largura do nariz

O nariz pode ser estreito (genótipo NENE), largo (genótipo NLNL) ou de largura média (genótipo NENL).

6) Espessura dos lábios

Os lábios podem ser finos (genótipo LFLF), grossos (genótipo LGLG) ou de espessura média (genótipo LFLG).

7) Forma do lobo da orelha

O lobo pode ser livre (genótipos AA ou Aa) ou aderente (genótipo aa).

Existe também a possibilidade de sortear previamente o sexo do descendente, considerando que a mãe sempre fornece o cromossomo X e que o pai pode fornecer um cromossomo X ou cromossomo Y.

Se for o caso, depois de montado o rosto, pode-se acrescentar ao desenho características como a presença de “covinhas” em torno da boca (genótipos CC ou Cc) ou sua ausência (genótipo cc), e a presença de “furinho” no queixo (genótipos FF ou Ff) ou sua ausência (genótipo ff).

Os alunos sorteiam cada característica de seu “filho” pelo lançamento de uma moeda.

Por exemplo, vamos supor que ambos os alunos, de rosto oval, concluam que têm genótipo heterozigótico (Qq) para a forma do rosto.

Nesse caso, se estabelece que uma das faces da moeda representa o alelo Q, e que a outra face representa o alelo q.

A probabilidade de se formar um gameta portador de Q é 1/2, e a de se formar um gameta portador de q é também 1/2.

Os dois alunos lançam a moeda e anotam o resultado.

Se for QQ ou Qq, eles usarão o contorno de rosto oval como gabarito para sua montagem.

Se for qq, eles usarão o contorno de rosto quadrado.

Oriente os alunos para que escolham as características na ordem, primeiro sorteando a forma de rosto, depois o cabelo, as sobrancelhas etc. em seguida colando-as no local apropriado, sobre o contorno do rosto.

Note que cada contorno apresenta linhas pontilhadas que indicam a posição aproximada para a colagem de cada parte.

De cima para baixo, as linhas indicam o limite superior das sobrancelhas e os limites inferiores dos olhos, nariz e boca.

Lembre aos alunos que os dois olhos devem ser recortados juntos, para manter a distância entre eles.

AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia – Biologia das populações. v.3 3 ed. São Paulo: Moderna, 2010.