A simulação do processo de fossilização é uma atividade comum nas aulas quando se trata de paleontologia.
Mas o que aprendemos quando simulamos o processo de fossilização?
Na maioria das vezes o professor realiza essa atividade com o objetivo de demonstrar os princípios básicos de sedimentação, formação de camadas sedimentares (estratificação) e de fósseis (processo de fossilização).
Para quem não conhece a atividade é feita da seguinte forma:
Mas o que são fósseis?
Os fósseis (palavra derivada do termo latino fossilis que significa “desenterrado” ou “extraído da terra”) são restos de seres vivos ou evidências de suas atividades biológicas preservados em diversos materiais.
Essa preservação ocorre principalmente em rochas, mas pode ocorrer também em materiais como sedimentos, gelo, piche, resinas, solos e cavernas.
Os exemplos mais encontrados são ossos e caules fossilizados, conchas, ovos e pegadas.
Na atividade o fóssil será a forma do objeto que você usou na argila.
Para que serve um fóssil?
Os fósseis fornecem dados importantes quanto a evolução biológica, datação e reconstituição da história geológica da Terra.
A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil.
Esse registro contém inúmeros restos e vestígios fossilizados dos mais variados seres do passado geológico da Terra.
Porém, apenas uma porcentagem ínfima das espécies que já habitaram a Terra preservou-se na forma de fósseis.
A fossilização é considerada um fenômeno excepcional por contrapor-se aos processos naturais de decomposição e o intemperismo.
Para que os restos de um qualquer ser vivo fossilizem, é fundamental que estes sejam rapidamente cobertos por um material que os preserve, geralmente sedimento.
Todos os fósseis são iguais?
Os fósseis são classificados em dois tipos: restos (ou somatofósseis) e vestígios (ou icnofósseis).
Resto
São fósseis que ocorrem quando alguma parte do ser vivo é preservada.
São consideradas evidências diretas dos seres vivos.
Por exemplo: fósseis de dentes, de carapaças, de folhas, de conchas, de troncos, etc.
Vestígio
São fósseis que ocorrem apenas com evidências indiretas dos seres vivos, isto é, resultam de suas atividades biológicas.
Por exemplo: fósseis de pegadas, de marcas de mordidas, de ovos (da casca dos ovos), de excrementos (os coprólitos), secreções urinárias (urólitos), de gastrólitos, de túneis, de galerias de habitação, etc.
Na atividade o fóssil construído é de vestígios, que mostram a estrutura biogênica relacionada à morfologia ou ao comportamento do organismo.
Como ocorre a fossilização?
A fossilização é um processo lento e complexo em que estão envolvidos fatores físicos (temperatura e pressão); fatores químicos (tipo de elementos químicos presentes no sedimento); e biológicos (ação de seres decompositores sobre o organismo).
Quando um organismo morre, inicialmente ele é decomposto pelas bactérias e fungos que degradam a matéria orgânica.
Depois disto, o organismo pode ser imediatamente soterrado ou passar por uma série de processos – desarticulação, transporte – e só depois ser soterrado.
Esse soterramento irá acontecer quando a água, ou outro agente, transportar o sedimento que irá recobrir o organismo.
Depois de soterrado, o organismo irá passar por um processo chamado de diagênese, que consiste na compactação (pelo peso do sedimento) e na cimentação (o sedimento depositado sobre o organismo ou por dentro dele, através de processos químicos, se aglomera e passa a formar uma rocha sedimentar).
Nestas condições, esse organismo agora pode ser considerado um fóssil.
Construímos mesmo um fóssil?
O processo de fossilização dura milhares de anos, e não ocorre de uma hora para outra.
Não podemos fabricar um “fóssil em laboratório” mas simulamos um vestígio fóssil com variáveis controladas e uma situação hipotética.
É importante compreender durante a atividade a função de cada material usado.
A argila representa o sedimento que acomoda e cobre o fóssil.
Mas esse é o única forma de se formar um fóssil?
Compreenda que, vários fatores estão associados com o processo de fossilização.
Dentre eles o tipo de organismo e seu modo de vida, o ambiente que o cerca e condições físico-químicas especiais.
A representação com sedimento é apenas uma das possibilidades.
O processo de fossilização pode ocorrer de diversas outras formas.
Existe fossilização de partes moles em âmbar (em geral insetos), preservação de organismos no gelo da Sibéria e Alasca (mamutes pleistocênicos), organismos mumificadas por desidratação em ambiente árido e estéril de cavernas.
Cobrir o objeto com areia e argila simboliza as camadas de sedimento que se acumulam e a pressionar o objeto representa a pressão que as camadas de sedimento exercem no organismo.
É importante compreender que na terra todos os elementos são transformados durante todo tempo, os sedimentos estão sempre sendo transportados ou se fixando em locais mais baixos.
Por exemplo, podemos notar que as dunas andam, elas sempre mudam de lugar, transportadas pelo vento.
As ondas do mar sempre trazem novos grãos de sedimentos para as praias.
Outro ponto importante de compreender em atividades como essa, é a relação entre os fósseis e a evolução.
Os fósseis são “a prova viva” das mudanças ao longo do tempo.
É uma das mais importantes chaves do conhecimento evolutivo da macroevolução.
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