Nos últimos tempos tem sido cada vez mais frequente notícias de pessoas com transtorno psicótico.

Mas o que é, afinal, um surto psicótico?

As psicoses são transtornos mentais que afetam a capacidade da pessoa de discernir entre o que é e o que não é real.

Seus sintomas mais característicos são: delírios, alucinações, desorganização do pensamento e da comunicação, e isolamento social.

As alucinações são alterações dos sentidos (também chamadas alterações da sensopercepção, ou relacionadas aos sentidos da audição, visão, olfato, tato e paladar.

As alucinações são vivenciadas quando o indivíduo ouve, vê ou sente coisas que outras pessoas usualmente não percebem.

Podem se tratar, por exemplo, de ouvir vozes sussurrando, conversando entre si ou julgando as ações da pessoa que as ouve.

As alucinações auditivas são as mais comuns na psicose, mas ocorrem também com certa frequência as alucinações olfativas (tais como sentir cheiros inexistentes) e visuais ( como ver coisas ou pessoas que outros não vêem).

Então a psicose em si tem início quando a pessoa começa a se relacionar com objetos irreais, modificando suas atitudes, ideias e visões de mundo em função desse relacionamento.

E a partir daí a realidade vai perdendo o significado para o paciente.

Assim uma pessoa em surto pode, por exemplo, cismar com situações absurdas ou com pessoas que não existem, embora continue a viver no mundo real.

Uma reação psicótica pode ser provocada por uma grande quantidade de agressores do sistema nervoso.

E por isso, as pessoas podem passar por experiências transitórias de alucinações, por exemplo, sem que se caracterize uma psicose permanente, com consequências para a vida toda.

Todo mundo que tem um surto psicótico é doido?

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Não!! Isso é uma ideia popular errada.

A psicose é considerada um sintoma de uma perturbação mental, mas não como uma doença em si mesma.

Assim, a psicose é dividida em dois tipos:

  • Funcional

Um surto funcional refere-se a uma condição de disfunção mental.

Como a esquizofrenia, uma doença afetiva maior, ou outros distúrbios mentais com características psicóticas.

  • Orgânica

Um surto de psicose orgânica refere-se a uma condição reversível ou não de disfunção mental.

Pode ser identificada como um distúrbio da anatomia, fisiologia ou bioquímica do cérebro.

É importante lembrar que qualquer pessoa pode ter um transtorno psicótico e de maneira súbita.

O fator desencadeador, no caso de transtornos orgânicos, está relacionado temporalmente com um acontecimento ou circunstância perturbadora.

Os episódios de surto agudo raramente se prolonga mais de 3 semanas.

E o processo regride tão subitamente quanto começou, não deixando praticamente resíduos.

Fatores de risco para desenvolver transtorno psicótico

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  • Predisposição genética em famílias com parentes próximos com algum tipo de doença mental;
  • O desenvolvimento fora dos padrões da normalidade na infância.

    Como por exemplo atraso escolar, dificuldade de socialização e de comunicação, também podem indicar predisposição a algum transtorno mental.

  • A vivência de algum trauma, como violência física, sexual ou psicológica.
  • E também o uso de drogas como a maconha, sobretudo na adolescência, pode desencadear psicoses.

 

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Características (sintomas) que as pessoas em um estado mental de risco podem apresentar

São sintomas de alerta.

É sempre bom avaliar no contexto geral do comportamento da pessoa.

  • Comportamento estranho ou bizarro, diferente do habitual.

    Por exemplo, mudanças no modo de se vestir, não compartilhadas por um grupo.

  • Isolamento social, distanciamento de amigos e círculos sociais que costumava frequentar.
  • Paranoia (percepção de estar sendo perseguido ou de ser o centro das atenções da mídia).
  • Agitação, insônia, irritabilidade, trocar o dia pela noite, preocupações excessivas.
  • Perda de interesse ou abandono de atividades importantes em sua rotina, como trabalho, escola, lazer.
  • Abuso de álcool ou outras substâncias.
  • Hostilidade, episódios súbitos de agressividade, mudanças repentinas de humor, depressão

 

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O que fazer quando alguém estiver em surto

Recomenda-se não confrontar a pessoa em surto.

Mantendo sempre uma atitude tranquila até que ela possa receber ajuda especializada.

É aconselhável vigiar o indivíduo para não haver risco de fuga ou agressão.

Também recomenda-se afastar objetos como armas, facas ou outros utensílios que ofereçam risco.

Em casos de suspeita de auto agressão ou agressão a terceiros, chance de fuga, suicídio ou recusa ao tratamento, a internação psiquiátrica é recomendada.

O surto psicótico é uma emergência médica e exige tratamento especializado e direcionado a cada caso.

O atendimento clínico da crise abrange o estabelecimento do diagnóstico, a proteção do paciente e a prescrição de antipsicóticos, entre outras medidas.