Certamente você já ouviu que o coração funciona como uma bomba.
Mas o que isso quer dizer?
Já vimos as partes anatômicas do coração aqui.
Agora vamos entender como o coração funciona.
O Ciclo Cardíaco
O ciclo cardíaco inclui todos os eventos associados a um batimento cardíaco.
Portanto, em um ciclo cardíaco normal os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrículos relaxam e vice versa.
É o que chamamos de sístole (contração do músculo cardíaco) e diástole (relaxamento do músculo).
Então quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole atrial), impulsionando o sangue para os ventrículos.
Uma vez preenchidos, os dois ventrículos contraem-se (sístole ventricular) e impulsionando o sangue para fora do coração.
Assim as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue e a pulmonar e a aórtica estão fechadas.
Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e as semilunares abertas a passagem de sangue.
O bombeamento não é controlada apenas pela contração rítmica de suas fibras musculares.
A direção do fluxo sanguíneo é orientada e controlada pelas valvas tricúspide (na abertura entre o átrio direito e o ventrículo direito) e mitral ou bicúspide (na abertura entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo).
As valvas e válvulas servem para impedir o comportamento anormal do sangue.
Ou seja, para impedir que ocorra o refluxo.
Por isso há o movimento de fechar após a passagem do sangue.
A valva tricúspide possui mais válvulas ou cúspides (a anterior, posterior e a septal) porque a pressão sanguínea é maior neste lado do coração.
Isso porque recebe sangue provindo do átrio direito e consequentemente das veias cavas.
É o sangue que vem de todos os órgãos do organismo.
Por isso a formação dessas válvulas em maior quantidade entre o átrio e ventrículo direito.
Enquanto que o esquerdo tem apenas duas cúspides (anterior e posterior).
Não que a quantidade de sangue ejetado (débito cardíaco) em um lado seja maior do que o outro, apenas a pressão em que ocorre.
A vascularização
Quando falamos em vascularização do coração nos referimos ao fluxo sanguíneo, a irrigação sanguínea.
A irrigação do coração então é formada pelas artérias coronárias e pelo seio coronário.
As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda.
Elas têm este nome porque ambas percorrem o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aortas.
A artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário percorrendo-o da direita para a esquerda, até o o ramo circunflexo.
Que é o ramo terminal da artéria coronária esquerda que faz continuação desta circundado o sulco coronário.
A Artéria Coronária Direita dá origem a duas artérias que vão irrigar a margem direita e a parte posterior do coração.
São elas a artéria marginal direita e artéria interventricular posterior.
Já a Artéria Coronária Esquerda, de início, passa por um ramo por trás do tronco pulmonar para atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas proximidades do ápice da aurícula esquerda.
Ela tem um ramo interventricular anterior e um ramo circunflexo que dá origem a artéria marginal esquerda.
Na face diafragmática as duas artéria se juntam formando um ramo circunflexo.
O sangue venoso é coletado por diversas veias que desembocam na veia magna do coração.
Essa veia inicia ao nível do ápice do coração, passa pelo o sulco interventricular anterior e segue o sulco coronário da esquerda para a direita passando pela face diafragmática, para chegar ao no átrio direito.
A porção terminal deste vaso, representada por seus últimos 3 cm forma uma dilatação que chamamos de seio coronário.
O seio coronário recebe ainda a veia média do coração.
Essa percorre de baixo para cima o sulco interventricular posterior e a veia pequena do coração que margeia a borda direita do coração.
Há ainda veias mínimas, muito pequenas, as quais desembocam diretamente nas cavidades cardíacas.
A inervação
Quando falamos de inervação nos referimos ao nervos que compõem o coração para seu bombeamento.
A inervação do músculo cardíaco ocorre de duas formas.
A extrínseca que provém de nervos situados fora do coração.
E intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se localiza no seu interior.
A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é, simpático e parassimpático.
Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos.
Sendo três cervicais e quatro ou cinco torácicos.
As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago.
Do qual derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo dois cervicais e um torácico.
Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os batimentos cardíacos.
A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do coração.
É uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica, que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas.
Essas fibras são chamadas de células auto-rítmicas (marca passo cardíaco), por serem auto-excitáveis.
A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial, situado na parede atrial direita, inferior a abertura da veia cava superior.
Propaga-se ao longo das fibras musculares atriais e o potencial de ação atinge o nodo atrioventricular, situado no septo interatrial, anterior a abertura do seio coronário.
Do nodo atrioventricular, o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular (feixe de His).
Este é a única conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos.
Após ser conduzido ao longo do feixe atrioventricular, o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo, que cruzam o septo interventricular, em direção ao ápice cardíaco.
Finalmente, as miofibras condutoras (fibras de Purkinge), conduzem rapidamente o potencial de ação.
Primeiro para o ápice do ventrículo e após para o restante do miocárdio ventricular.