Dar aulas de anatomia humana nem sempre é simples, não é?

Como prender a atenção dos alunos?

Qual estratégia adotar para que o ensino de anatomia não seja apenas uma repetição de nomes e termos?

O aprendizado da anatomia humana, até a primeira metade do século passado, baseava-se, essencialmente, na prática de dissecações.

Prática essa que ao longo do tempo foi se adaptando por múltiplas razões, inclusive pela diminuição da disponibilidade de cadáveres.

No entanto, tais adaptações provocaram distorções no processo de ensino de anatomia.

Que, em grande parte, passou a se limitar à apresentação e ao reconhecimento de partes já dissecadas.

E enfatizando principalmente a memorização dos nomes científicos das partes específicas do corpo humano.

Somado a isso temos os poucos recursos nas escolas, cada vez mais precarizadas.

Que resultam na desmotivação do aluno e na dificuldade de aprendizagem significativa.

Uma possibilidade de resolver esse problema é utilizar a metodologia ativa

Na metodologia ativa, o aluno é o centro do processo de ensino aprendizagem, passando assim a ser o autor do seu próprio conhecimento.

A metodologia ativa no ensino de anatomia

Quando pensamos no ensino de anatomia, as metodologias ativas mais efetivas são a simulação virtual, a confecção de estruturas anatômicas com materiais recicláveis (Tobase & Takahashi, 2004), uso de casos clínicos  (Montes & Souza, 2010),  sociodrama (Nery et al, 2006) e o role playing game (RPG).

Aqui hoje vamos tratar do uso de quadros clínicos.

Certamente seus alunos já assistiram a série Dr House, no qual os médicos residentes precisam dar o diagnóstico do que o paciente tem sob a supervisão de um médico mais experiente.

O método que vamos apresentar aqui é mais ou menos parecido!

Então esse método é desenvolvido em duas etapas.

A primeira ocorre em sala de aula, com a apresentação de casos clínicos (situações-problema).

Aqui damos o exemplo de uma situação problema que leva em consideração o sistema cardiovascular.

Então um exemplo do primeiro formulário seria assim:

Para o ensino básico, os problemas devem ser mais simples e podem ser acompanhados de levantamento de hipóteses.

Ou seja, no momento de entrega da situação problema estimule os alunos a falar o que eles acham que é, e onde está o problema.

Já a segunda etapa, ocorre no laboratório de anatomia.

Quando não há laboratório de anatomia é possível realizar esta etapa também em sala de aula.

E na eventual falta de peças anatômicas também pode ser substituído por imagens.

Nessa etapa os alunos receberão uma lista numerada de estruturas anatômicas correspondentes às peças anatômicas, para auxiliar na resolução dos problemas.

Então por exemplo:

anatomia

A resolução dos desafios se dá pelas equipes formadas aleatoriamente, as quais, de imediato, iniciam a troca de informações, para resolver o caso.

Para cada desafio, há uma estação (com a peça anatômica e a lista de estruturas) e um tempo determinado para que os casos propostos sejam resolvidos.

Assim, você pode escolher se coloca mais de uma peça anatômica por aula ou se todos os grupos resolvem o mesmo problema.

Em seguida, após recolher a lista numerada de estruturas, um intervalo de tempo é cedido.

E as equipes recebem outro formulário numerado, mas sem os nomes das estruturas anatômicas, para serem preenchidos.

Assim, após o preenchimento dessa ficha, é importante estimular que os alunos exponham as respostas sobre a resolução das situações-problema de cada grupo.

As discussões são mediadas por você, professor, que, após ampla discussão, apresenta as respostas mais plausíveis, e as justificativas de porque as respostas estão corretas ou não, concluindo assim a aula.

Essa aula pode ser avaliada por meio da produção escrita nas fichas e também pela participação da discussão.