Você costuma contextualizar suas aulas de biologia?

Sabe o que realmente significa contextualizar o conteúdo?

Sabemos que ensinar biologia muitas vezes é uma tarefa complexa.

Afinal exige que lidemos com uma série de palavras diferentes, que não são comuns no cotidiano, além vários conteúdos abstratos.

Então como tornar o ensino algo mais próximo e significativo aos alunos?

Os conceitos e termos passam a ter mais significado para o aluno quando ele consegue acessar exemplos suficientes para construir associações e analogias.

Ou seja, quando ele contextualiza o conteúdo com suas experiências pessoais (Krasilchik, 2004).

Assim, levar o aluno a compreender o mundo visível do seu cotidiano é importante para que o conhecimento científico acrescente um novo significado ao seu objeto de estudo.

Dessa forma, a contextualização vincula o ensino à vida do aluno e isto é significativo para todos.

Mas como colocar isso em prática?

Sabemos que com o excesso de conteúdos presente no currículo de biologia, não há tempo viável para que se apresente exemplos e analogias variadas.

Coisa que é fundamental para contextualizar e proporcionar um melhor entendimento dos conceitos apresentados.

Além de um aprendizado mais significativo, reflexivo e crítico.

Assim, precisamos cuidar para não sobrecarregarmos a memória dos alunos com apenas termos e conceitos.

E cairmos naquele famoso “mas para que eu tenho que aprender isso? Onde eu vou usar isso na vida?”

Afinal, muitos alunos não conseguem identificar a relação entre o que estudam na biologia e o seu cotidiano.

E, por isso, acabam pensando que o estudo se resume à memorização de termos complexos, classificações de organismos e compreensão de fenômenos.

Sem entender a relevância desses conhecimentos para compreensão do mundo na natural e social.

Também não é raro que ocorra alguma contextualização parcial durante as aulas.

Como por exemplo, o ciclo de vida de um agente infeccioso adquirido por algum aluno utilizando esse caso para chamar a atenção para o conteúdo.

Mas a relação entre a ocorrência dessas doenças e o contexto social, bem como uma série de outras relações possíveis, ainda é difícil.

Assim, contextualizar o ensino é aproximar o conteúdo formal (científico) do conhecimento trazido pelo aluno (não formal), para que o conteúdo escolar se torne interessante e significativo para ele.

Nessa perspectiva, o professor deve encarar a contextualização como uma abordagem de ensino.

A qual não se leva o conhecimento já pronto e organizado.

Mas que mostra ao aluno como esse conhecimento se construiu a partir de conceitos e situações da vida cotidiana.

E também como fazem parte da organização do seu contexto social.

Levando assim, em conta os contextos de produção, apropriação e utilização desse conhecimento.

Existem formas diversas de contextualização que podem ter consequências também diversas.

Vamos citar aqui três categorias (Mortimer e Santos, 1999)

a) contextualização como exemplificação de fatos do cotidiano

Esse tipo de contextualização, apenas exemplifica pontualmente uma ocorrência de um fenômeno do cotidiano.

Mas não o desenvolve de modo a propiciar uma reflexão social, econômica e cultural mais ampla.

b) contextualização como estratégia de ensino aprendizagem

Nesse tipo identifica-se o emprego de situações do cotidiano como estratégia para tentar facilitar a compreensão de conceitos científicos por parte dos alunos.

Também sem desenvolver uma reflexão social, econômica e cultural.

c) contextualização como desenvolvimento de atitudes e valores para a formação do cidadão crítico

Aqui a contextualização corresponde àquela que vem sendo defendida nos documentos oficiais, especialmente nos PCN+.

Bem como na literatura da área de ensino de ciências, a qual se propõe a formar o aluno/cidadão de modo a facilitar sua compreensão e melhorar sua capacidade de atuação na sociedade.

Assim, se vou trabalhar com vírus, por que não abordar o tema a partir das notícias recentes?

Como por exemplo, o surto de sarampo ou de febre amarela.

E a partir daí utilizar os dados locais sobre a infecção por esses vírus.

Quantas pessoas ficaram doentes? É comum as pessoas do entorno da escola não se vacinarem?  Por que acontece isso?

Você pode utilizar os dados históricos da doença e culturais, como por exemplo mitos e verdades sobre o vírus e sua infecção.

E a partir disso desenvolver vários outros temas relacionados.

Que ideias você tem de contextualização? Como você contextualiza suas aulas?

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