Várias espécies de molusco tem conchas que funcionam como um esqueleto protegendo o corpo mole do animal.

Certamente você já viu conchinhas na praia ou mesmo no quintal, as conchas de caracóis.

Mas você já se perguntou do que elas são feitas?

A concha dos moluscos é composta principalmente por carbonato de cálcio (CaCO3).

E é secretada por uma parte do corpo conhecida como manto.

As conchas têm três camadas: perióstraco, óstraco e hipóstraco.

O perióstraco consiste na camada mais externa e é constituído de matéria orgânica (conquiliolina), e geralmente tem cor marrom.

Já o óstraco, camada intermediária, é prismático e formado por cristais de CaCO3 interligados por conquiliolina, sendo responsável pela coloração e pelos diferentes desenhos da concha.

E por fim, o hipóstraco, consiste na camada mais interna, e às vezes dura, formado por cristais laminares de CaCO3 e nesta camada ocorre a formação das pérolas.

Nos moluscos denominados bivalves, a concha tem duas partes articuladas (as valvas), abertas apenas para a entrada ou a saída de água, da qual retiram oxigênio e alimentos.

Quando esses animais morrem, o corpo se degrada rapidamente, mas as conchas, por serem feitas de carbonato de cálcio (CaCO3), podem continuar intactas (ou quase) por um longo tempo, sendo carregadas de um lado a outro por correntes marinhas, ondas e turbilhões causados por tempestades.

Por isso, é comum encontrar essas conchas em muitas praias.

Os moluscos que possuem conchas em espiral, os gastrópodes, são conhecidos como caramujos, caracóis, búzios e tantas outras denominações populares.

Agora que você já sabe do que são feitas as conchas, você imagina como elas são feitas?

O sangue dos moluscos é rico em uma forma líquida de cálcio.

Cálcio este que é retirado não só da sua alimentação mas também absorvido diretamente da água do mar pela pele do animal.

O órgão que forma a concha é chamado de manto, um tecido delgado que fica em contato direto com a parte interna da concha.

O manto concentra o cálcio em áreas onde pode ser separado do sangue, formando cristais de carbonato de cálcio que secretados junto a uma matriz orgânica vão formando lentamente a concha.

Por isso, as conchas do mar são auto reparáveis.

Já que secretam carbonato de cálcio do tecido do manto para corrigir qualquer dano.

Além disso, as conchas variam muito porque existem muitos tipos diferentes de moluscos, que têm diferentes dietas.

Por exemplo, os moluscos em águas tropicais quentes têm uma variedade maior de fontes alimentares, de modo que recebem muitos pigmentos diferentes, o que resulta em conchas mais coloridas.

Por outro lado, os moluscos que vivem em água fria têm escolhas alimentares mais limitadas e tendem a produzir conchas em cores mais sólidas e escuras.

Importância ecológica das conchas

As conchas que encontramos vazias podem não abrigar mais moluscos, mas são um componente importante no ciclo biogeoquímico marinho e na formação dos recifes de corais.

Já que quando presentes em habitats costeiros, essas conchas desenvolvem múltiplas funções como: estabilização da praia, ninhos de aves, abrigo para algas, substrato para pradaria marinha, locais de colonização de organismos incrustantes ou proteção para ermitões e peixes.

Assim, devido a grande importância desse material, a sua remoção das areias da praias ou do mar, provocam múltiplas modificações nos habitats como: a redução na diversidade e abundância dos organismos que dependem da disponibilidade de conchas, aumento da erosão das praias e mudanças na reciclagem de carbonato de cálcio e o reaproveitamento desse mineral pela vida marinha.

Além disso, são também um registro direto da fauna atual, assim como a soma alterada de gerações dos últimos milhares de anos.

Então, ao observar uma concha na areia, podemos estar olhando para os restos de um molusco que morreu há poucos dias ou, quem sabe, de uma espécie já extinta há milênios.