Gametogênese é o conjunto de fenômenos que as células germinativas sofrem, até originarem as células sexuais ativas, os gametas.

Os gametas são os veículos de transferência dos genes para as próximas gerações.

A gametogênese humana é o fenômeno biológico de formação dos oócitos secundários e espermatozoides.

A gametogênese se inicia no período embrionário, quando as células germinativas se tornam distintas das demais, conhecidas como somáticas.

A gametogênese pode ser caracterizada por três etapas distintas denominadas multiplicação (mitose), crescimento e maturação (meiose), que se diferenciam em vários aspectos na espermatogênese e na oogênese.

Mas o que é oogênese e espermatogênese?

A oogênese ou ovulogênese ou ainda ovogênese é a gametogênese feminina.

Isso significa que é o processo responsável pela formação, desenvolvimento e maturação dos gametas femininos, os óvulos.

Esse processo ocorre nos ovários.

A espermatogênese é a gametogênese masculina.

É o processo responsável pela produção dos gametas masculinos, os espermatozoides.

Esse processo ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos.

As fases da gametogênese

Como já dissemos, a gametogênese tem três fases: fase de multiplicação, fase de crescimento e fase de maturação.

Fase de multiplicação

Essa fase é caracterizada pela ocorrência de divisões mitóticas.

As células germinativas primordiais diploides sofrem mitoses dando origem às células de toda a linhagem germinativa do organismo denominadas genericamente, gônias.

Estas continuam a se multiplicar por sucessivas mitoses, formando novas gônias.

Fase de crescimento

As gônias param de se reproduzir por mitose.

Passam a ser chamadas citos de primeira ordem.

Estes iniciam a meiose, processo de divisão celular que garantirá a redução do número de cromossomos.

Fase de Maturação

Os citos de primeira ordem terminam a primeira divisão da meiose originando duas células haploides denominadas, geralmente, citos de segunda ordem.

Ao completarem a segunda divisão da meiose, os citos de segunda ordem produzirão quatro células haploides chamadas, geralmente, tides.

As tides se transformarão nos gametas férteis, respectivamente, óvulos e espermatozoides.

gametogênese

Diferenças entre a espermatogênese e oogênese

Quando comparamos a espermatogênese e a oogênese podemos citar as seguintes diferenças:

Fase de multiplicação

Na oogênese, a fase de multiplicação tem o seu início já no período embrionário.

Nos ovários, as células germinativas primordiais por mitoses originam as ovulogônias.

Essas continuam a se multiplicar mitoticamente, formando novas ovulogônias, sempre diploides.

Do terceiro ao sétimo mês do desenvolvimento embrionário, as ovulogônias formadas iniciam o processo de divisão meiótica e passam a ser denominadas ovócitos de primeira ordem.

Termina aqui o período curto de multiplicação na oogênese.

Após o nascimento, uma menina tem em seus ovários cerca de 300.000 a 400.000 ovócitos, a maioria dos quais posteriormente se degenera.

Na espermatogênese, a fase de multiplicação começa após o nascimento.

As células germinativas primordiais, por mitoses originarão dois tipos de espermatogônias: um que conserva as potencialidades das células germinativas e outro que, por mitose, continuará a produzir mais espermatogônias.

No homem, todas as espermatogônias originais estarão formadas até a puberdade.

A fase de multiplicação, no homem, é contínua e muito mais intensa que na mulher.

Isso porque só termina com o cessar de suas funções sexuais, enquanto que na mulher ocorre apenas durante a vida embrionária.

 Fase de crescimento

Na oogênese, a fase de crescimento começa quando os ovócitos de primeira ordem iniciam a primeira divisão da meiose.

Esta não se processa de modo normal, pois, ocorre uma interrupção no estágio diploteno da profáse I.

Essa parada pode se prolongar por anos e até décadas.

Neste período de pausa, as células aumentam a sua massa citoplasmática, armazenando substâncias de reserva.

Na oogênese, a longa fase de crescimento mostra o início da divisão meiótica, processo que garantirá a redução do número de cromossomos.

Na espermatogênese, a fase de crescimento é muito rápida, praticamente inexistente.

No homem sexualmente maduro, a cada instante, um número enorme de espermatócitos de primeira ordem sofre meiose, produzindo cada um, em poucas horas, quatro espermátides que se transformarão em espermatozoides.

Fase de maturação

Na oogênese, a fase de maturação se inicia quando a mulher atinge a maturidade sexual, isto é, na puberdade.

No início de cada ciclo mensal, alguns dos ovócitos remanescentes, graças a estímulos hormonais, reiniciam e completam a primeira divisão da meiose.

Formam-se, então, duas células haploides de tamanhos diferentes, em virtude da divisão desigual do citoplasma do ovócito inicial.

A célula maior recebe o nome de ovócito de segunda ordem e a menos, de primeiro corpúsculo polar.

O ovócito de segunda ordem, completando a segunda divisão da meiose, originará duas outras células haploides, também desiguais do tamanho.

A maior, denominada ovoide, se transformará no óvulo.

A menor denomina-se segundo corpúsculo polar.

O primeiro corpúsculo polar, terminando a meiose, formará mais dois segundos corpúsculos polares.

A fase de maturação realmente se completará, se o ovócito em metáfase II da meiose, liberado pelo ovário e captado pela trompa, for fecundado pelo espermatozoide.

Se este fenômeno não ocorrer, este ovócito, como os demais se desenvolveram no mesmo ciclo, se degeneração em cerca de 24 horas.

Ao analisarmos a oogênese constatamos que a partir de uma ovulogônia só se forma em um gameta fértil.

Também, levando em conta o período médio de fertilidade nas mulheres, podemos inferir que dos milhares de ovócitos formados, cerca de 450 poderão cercar a maturidade.

Na espermatogênese, a fase de maturação é contínua.

O espermatócito de primeira ordem, pela primeira divisão da meiose, forma duas células haploides iguais, denominadas espermatócitos de segunda ordem.

Esses completam a segunda divisão da meiose originando quatro células haploides ditas espermátides.

Estas sofrerão uma série de transformações até formarem os espermatozoides, os gametas masculinos sexualmente ativos.

Espermiogênese e estrutura do espermatozoide

A espermiogênese é o conjunto de transformações que as espermátides sofrem até formarem os espermatozoides.

As espermátides são células arredondadas com núcleo esférico e com citoplasma onde se destacam o complexo golgiense e os condriomas.

As espermátides constituem células pouco diferenciadas.

No espermatozoide distinguimos três partes: a cabeça, a peça intermediária e a cauda.

A cabeça é constituída, predominantemente, pelo núcleo e pelo acrossomo.

O núcleo contém um número haploide de cromossomos, bastante condensados.

O acrossomos, que se origina do complexo golgi, forma um capuz envolvendo a região anterior do núcleo.

A peça intermediária é formada por dois centríolos e numerosas mitocôndrias, que têm um importante papel na movimentação da cauda.

A cauda é representada por um flagelo, responsável pelo deslocamento dos espermatozoides.