A meiose é um processo de divisão celular que só ocorre em células diploides (2n).

Como resultado, surgem quatro células haploides (n).

Ou seja, células com metade do número de cromossomos da célula inicial.

E, portanto, na meiose há redução do número de cromossomos.
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Como é possível uma célula 2n originar quatro células n?

Isso ocorre porque há uma duplicação de cromossomos para duas divisões celulares.

Mas duplicação e redução numa mesma divisão?

Isso mesmo, a gente explica.

A duplicação dos cromossomos ocorre na interfase.

Após a duplicação inicia-se o processo que consiste em duas divisões celulares consecutivas.

Assim, a primeira divisão é reducional (R!) porque as células resultantes já apresentam a metade do número de cromossomos da inicial.

Na primeira divisão não há a duplicação dos centrômeros.

E por isso as células-filhas apresentam cromossomos duplicados, as cromátides.

Já a segunda divisão é um processo semelhante á mitose.

É o que chamamos de divisão equacional (E!) porque nela há distribuição dos cromossomos das células-filhas.

E para que esta distribuição seja possível há duplicação dos centrômeros.

Isso faz com que as células-filhas possuam cromossomos sob a forma de filamentos simples, os cromonemas.

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Mas por que é importante a meiose?

As células haploides nos animais são as células sexuais (gametas).

Dessa forma, o fato dos gametas serem haploides é fundamental para a conservação do número de cromossomos das espécies.

Se só existissem células diploides o número de cromossomos se duplicaria a cada geração.

As fases da meiose

A meiose apresenta duas divisões celulares.

Entre elas há um período denominado intercinese.

A meiose é, assim como a mitose, um  processo contínuo.

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A primeira divisão da meiose

Tomaremos como exemplo uma célula com dois pares de cromossomos homólogos.

E, portanto trata-se de uma célula diploide com 2n = 4.

Prófase I

É a fase mais longa da meiose.

E é subdividida em cinco períodos: Leptóteno, zigoteno, paquiteno, diploteno e diacinese.

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Leptóteno

meioseDevido à duplicação ocorrida na interfase, os cromossomos apresentam-se como filamentos duplos, as cromátides.

Estas são geneticamente idênticas e por isso denominadas cromátides irmãs.

No leptóteno, inicia-se a espiralização cromossômica.

E apesar de duplicados, os cromossomos estão ainda pouco visíveis e podem ser representados por filamentos simples.

Assim, em cada filamento podemos notar a presença de pequenas condensações, os cromômeros.

Zigoteno

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Os cromossomos homólogos iniciam um processo de pareamento, isto é, colocam-se em paralelo.

Dá-se o nome de sinapse ao pareamento dos cromossomos homólogos.

O pareamento é um processo bastante preciso, fazendo-se cromômero a cromômero.

Paquiteno

meioseCom a progressiva espiralização, iniciada no leptóteno, os cromossomos tornam-se mais visíveis.

Então agora é possível perceber que cada cromossomo é constituído por duas cromátides irmãs.

É chamada de cromátides homólogas às cromátides de cromossomos diferentes.

E cada par de cromossomos pareados recebe o nome de bivalente.

Como os cromossomos estão duplicados, cada bivalente é formado por quatro cromátides,  e por isso é denominado tétrade.

Diploteno

meioseNesse estágio os cromossomos homólogos, até agora pareados, iniciam um processo de afastamento.

Este, contudo, não é completo porque se apresentam ligados por pontos denominados quiasmas.

A presença de quiasmas indica a ocorrência de um processo de intercâmbio entre os cromossomos, ocorrido nesse estágio ou no de paquiteno, denominado crossing-over.

O crossing-over é a troca de partes entre cromátides homólogas e representa uma forma de recombinação do material genético.

O quiasma, observado no diploteno, é portanto a manifestação visível do crossing-over.

Diacinese

meioseNa diacinese ocorre a terminalização dos quiasmas.

Esta é um processo de deslocamento dos quiasmas em direção às extremidades dos cromossomos, permitindo que eles se separem.

Assim, durante a prófase I os centríolos se duplicaram e migraram aos pólos da célula.

Formaram-se o fuso e o áster.

E houve o desaparecimento do nucléolo.

Com o final das alterações nucleares e citoplasmáticas  termina a prófase I e começa a pro metáfase I.

Pro metáfase I

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A espiralização cromossômica chega praticamente ao máximo.

E a membrana nuclear desaparece e os cromossomos se ordenam no equador da célula.

Metáfase I


Os cromossomos dispõem-se na região equatorial da célula.

E os cromossomos encontram-se presos ao fuso por meio dos centrômeros, que se orientam de acordo com um dos pólos do fuso.

Não há divisão do centrômero.

Anáfase I

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Os cromossomos, ainda duplicados, migram aos pólos da célula.

Assim cada componente do par de homólogos migra para um dos pólos.

Telófase I

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Os cromossomos chegam aos pólos da célula e praticamente não se desespiralizam.

A membrana nuclear se reorganiza.

E com isso há divisão do citoplasma, originando duas células haploides.

Note que nestas células os cromossomos se apresentam duplicados, sob  a forma de cromátides.

Intercinese

Após o termino da divisão I da meiose, segue-se um período de interfase, denominado intercinese.

A intercinese pode ou não existir, dependendo do tipo de célula que sofre a meiose.

A segunda divisão da meiose

Após a intercinese, cada célula filha passa à segunda divisão meiótica.

Este é um processo semelhante a mitose.

Assim, trata-se de um processo equacional onde os cromossomos são distribuídos às células filhas.

A segunda divisão da meiose é dividida em cinco fases: Prófase II, Prometáfase II, Metáfase II, Anáfase II e Telófase II.

Prófase II


Trata-se de um período curto.

Os cromossomos, sob a forma de cromátides, mantêm a espiralização observada na primeira divisão.

Os centríolos se dividem migrando aos pólos.

E aparecem o áster e o fuso.

Pro metáfase II


A membrana nuclear se arrebenta.

Os cromossomos caem no citoplasma e se dirigem à região equatorial da célula.

Metáfase II


Os cromossomos encontram-se na região equatorial da célula, presos ao fuso pelos centrômeros.

Há duplicação dos centrômeros.

Com isto os cromossomos voltam a ser filamentos simples, os cromonemas.

Anáfase II


Os cromossomos-filhos migram para os polos opostos da célula.

Telófase II

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Os cromossomos chegam aos pólos e se desespiralizam.

As membranas nucleares são reconstituídas, e então se refazem os nucléolos.

Finalmente, ocorre a citocinese.

E formam-se quatro células-filhas com a metade do número de cromossomos da célula animal.

Todas essas etapas podem ser vistas em sequência a seguir:


Sob o ponto de vista genético, considera-se que os cromossomos são constituídos por genes.

Estes são os determinantes dos caracteres hereditários.

Durante a meiose, ocorre o crossing-over, ou seja, a troca de pedaços entre as cromátides homólogas.


Em consequência, podemos dizer que nem todos os cromossomos das células-filhas são iguais aos da célula original.

Se os cromossomos são diferentes, concluímos que o material hereditário foi alterado.

O crossing-over permite a recombinação do material genético.

Como as células resultantes da meiose em geral são células reprodutivas, o processo permitirá o aparecimento de descendentes com material genético modificado.

Em virtude deste fato, os descendentes apresentarão caracteres diferentes.

Por isso o crossing-over promove a variabilidade de espécies.

Tipos de meiose

A meiose pode ser classificada de acordo com o momento em que ocorre no ciclo de vida de um organismo.

De acordo com esse critério distinguimos três tipos de meiose: zigótica, espórica e gamética.

Meiose zigótica ou inicial

É a meiose que ocorre no ovo ou zigoto.

Acontece, caracteristicamente, no ciclo de vida haplobiôntico, no qual os organismos adultos são haploides e apresentam como única célula diploide o ovo ou zigoto.

Esta, sofrendo a meiose, originará novos seres haploides.

Meiose espórica ou intermediária

Ocorre na formação dos esporos, células de reprodução assexuada.

Este tipo de meiose acontece com os organismos que apresentam duas formas de gerações: uma haploide, denominada gametófito , e outra diploide, chamada esporófito, caracterizando o ciclo de vida haplodiplobiôntico.

Esse ciclo ocorre com os vegetais em geral.

Meiose gamética ou final

Ocorre na formação dos gametas.

É característica do ciclo de vida diplobiôntico.

Ou seja, os organismos adultos são diploides e originam, por meiose, os gametas haploides.

Este ciclo é característico dos animais em geral e certas algas.