O Sistema Agroflorestal (SAF) ou, popularmente, agrofloresta, combina o plantio de árvores ou arbustos com cultivos variados para consumo e comercialização.
Essa diversidade tem como objetivo o maior aproveitamento dos recursos naturais, como solo, água e luz.
Então de maneira simplificada, uma agrofloresta é um sistema de multicultivo adensado onde são plantadas de uma só vez 30 ou mais espécies.
Preferencialmente mais, com vários estratos de crescimento e ciclos de vida, dirigidas pela sucessão natural.
Onde ao longo de sua evolução uma planta ajuda a outra, todas ajudam a natureza e esta ajuda o homem que aprende a respeitá-la.
Ou seja, uma agrofloresta é uma forma de produzirmos alimentos ao mesmo tempo em que conservamos ou recuperamos a natureza.
Isso é possível porque nessa forma de produção, ao invés de retirarmos toda a vegetação original e plantarmos apenas uma cultura em uma larga extensão de terra, procuramos entender o funcionamento da natureza e imitá-la.
Utilizando assim as relações entre os seres vivos a nosso favor e estimulando a biodiversidade.
Nas agroflorestas utilizamos culturas agrícolas, árvores e animais em um manejo que leva em consideração o tempo e o espaço.
E dessa forma, é muito importante o conhecimento das características de cada espécie utilizada e sua relação com as demais.
A adubação é feita de forma natural.
Ou seja, com os recursos disponíveis e com a dinâmica de ciclagem de nutrientes típica das florestas.
Por meio da poda das árvores e da adubação verde.
Não é utilizado agrotóxicos nem adubos químicos.
Já que agrotóxicos e demais químicas vão contra a técnica da agrofloresta (que propõe um controle natural das pragas através do restabelecimento do equilíbrio ecológico).
Assim, é importante entendermos que, quando retiramos a mata e degradamos o ambiente, a natureza tenta a todo custo se regenerar.
E quando isso acontece, aparecem as “pragas” e as “ervas daninhas”.
Isso nada mais é, do que a natureza tentando restabelecer seu equilíbrio natural, atrapalhado pelo ser humano.
Ou seja, essa é a forma da natureza de expressar que algo está errado.
E devemos interpretar estes sinais e utilizá-los a nosso favor, para nos auxiliar com o manejo.
Assim, se os insetos estão em uma quantidade que pode danificar a colheita, devemos aumentar a biodiversidade e buscar o controle biológico.
Ou quando há o surgimento de ervas espontâneas, devemos retirar ou podar aquelas que porventura estiverem competindo com as culturas e estimular o crescimento das outras.
Dessa forma, o mais importante em um manejo agroflorestal é o conhecimento do ambiente natural que nos cerca.
Além da consciência de que o ser humano faz parte da natureza e deve se relacionar com ela de uma forma harmoniosa.
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