Os exames de DNA realizados com possíveis irmãos são chamados de exame de irmandade ou exame de meia irmandade ou meio-irmão.

Diferente do exame realizado com o suposto pai, em que a análise é direta, o exame de irmandade precisa fazer a reconstrução do perfil genético do pai das pessoas analisadas.

Por isso é um exame mais complexo e não tão expressivo a nível probabilístico como os resultados de um exame de paternidade, contudo, são exames conclusivos em sua maioria.

Nós, seres humanos, possuímos 23 pares de cromossomos ao todo, sendo 22 deles autossômicos – ou seja, não relacionados ao sexo biológico do indivíduo – mas estes pares não são idênticos.

Como esses cromossomos autossômicos (e também os cromossomos sexuais), são herdados de nossos pais, o que ocorre é uma mistura de informações genéticas que acaba sendo passada por gerações ao acaso, fazendo com que 50% dessa informação genética seja proveniente da nossa mãe e os 50% restantes do nosso pai.

Dessa forma, o máximo de DNA que podemos herdar de uma avó é 25% e, consequentemente, de bisavós, 12,5%.

Durante o nosso processo de reprodução, especificamente durante a meiose, ocorre a recombinação gênica.

Ou seja, a troca aleatória de material genético.

A grande contribuição da meiose para a variabilidade genética é a capacidade de combinar de modo diferente os genes herdados dos pais.

Por conta disso, a não ser que sejam gêmeos idênticos, irmãos sempre terão algumas diferenças no seu código genético, sendo possível, então, que não herdem a mesma ancestralidade genética.

Assim, quando duas pessoas partilham do mesmo pai biológico tem em média 25% de DNA em comum.

Ao contrário de um teste de paternidade entre suposto pai e filho(a), onde todos os marcadores genéticos serão testados e comparados individualmente, um teste de meia irmandade não requer exatidão de correspondência em todos os marcadores para ser considerado conclusivo.

Dessa forma, quanto mais DNA em comum entre os indivíduos em teste maior a probabilidade de parentesco entre eles, e mais forte é a probabilidade dos meios-irmãos partilharem um dos pais biológicos.

Índices do exame de meia irmandade

Dois índices de irmandade podem ser calculados: o índice de irmandade plena e o índice de meia-irmandade.

O índice de irmandade plena refere-se ao grau de certeza de que os participantes do exame são filhos do mesmo pai e da mesma mãe.

Por outro lado, o índice de meia-irmandade refere-se ao grau de certeza de que participantes são irmãos por parte do pai ou da mãe.

A probabilidade inicial (a priori) é de 50%.

Ao fazer a análise, a probabilidade calculada aumenta ou diminui de acordo com as evidências genéticas disponíveis.

Nem sempre o resultado obtido reflete claramente a realidade.

Por esse motivo e, dependendo do sexo dos envolvidos, estudos adicionais dos cromossomos X e Y, e do DNA mitocondrial podem trazer informações complementares úteis.

Possíveis resultados

Exame negativo

Num teste de paternidade de meia irmandade se obtiver um resultado abaixo de 50% significa que os dois alegados meios-irmãos não partilham o progenitor em comum.

Em geral quando não há vínculo genético a probabilidade é expressa de maneira bem baixa.

Exame positivo

Diferente do exame de paternidade em que o positivo vem com a probabilidade de 99,9999%, o teste de meia irmandade pode ter uma porcentagem menor e ainda sim ser positivo.

E depende do que foi analisado, do tamanho da extensão do exame.

Em algumas situações acima de 70% é considerado positivo.

Resultado inconclusivo

Como o exame de meia irmandade é realizado a partir da reconstrução genética dos alelos obrigatórios que são possivelmente do suposto pai, há possibilidade deste exame dar inconclusivo.

Este resultado merece mais atenção, pois de alguma forma existe a possibilidade do grau de parentesco, o que se faz necessário, muitas vezes é a coleta de novos materiais, uma vez que os colhidos não foram o suficiente.

Destaca-se que esse exame pode ser realizado em um ou mais filhos deixados pelo falecido, aumentando-se a chance de encontrar o vínculo de parentesco/irmandade.

Além disso, a presença da genitora pode auxiliar de forma positiva no exame.

Outra possibilidade é incluir também outro membro da família, como por exemplo um irmão ou irmã do falecido.