Pesquisadores da Universidade do Novo México vem publicando resultados a cerca de uma vacina que seria capaz de reduzir o colesterol.
Os cientistas testaram com sucesso em camundongos uma vacina que protege os altos níveis de colesterol acumulados nas artérias.
Toda a ideia pode parecer um pouco estranha, já que vacinas são geralmente utilizadas contra patógenos.
Mas os pesquisadores descobriram como usar o sistema imunológico para parar o colesterol ruim – também conhecido como colesterol de lipoproteínas de baixa densidade (LDL).
A vacina “ensina” o sistema imunológico a combater a anemia que impede o esvaziamento natural de LDL do sangue.
Isso significa que a vacina induz os anticorpos contra uma proteína alvo que é produzida pelas proteínas endógenas do corpo.
A vacina, de nome AT04A, provoca a inibição da enzima PCSK9 (pró-proteína convertase subtilisina/Kexin tipo 9).
Já existem terapias aprovadas que visam o PCSK9 com anticorpos, mas esses geralmente são colocados nos pacientes em vez de ter o corpo humano produzindo.
Mas o que é PCSK9?
Como já dito é uma enzima que, nos seres humanos, é codificada pelo gene PCSK9.
Esse gene codifica uma pró-proteína convertase pertencente à subfamília proteinase K da família subtilase secretora.
A proteína codificada é sintetizada como um zimogênio solúvel, que sofre processamento autocatalítico intramolecular no retículo endoplasmático.
Isso significa que, é uma proteína secretora hepática que atua como um regulador negativo de LDL-R bloqueando a reciclagem do receptor para a superfície celular.
Essa proteína tem um papel fundamental na regulação da homeostase do colesterol.
Como funciona a vacina
Os experimentos foram feitos com ratos geneticamente modificados e alimentados com alimentos de estilo ocidental para induzir colesterol alto.
Essa vacina se trata de uma terapia imunológica.
O LDL-C no plasma é principalmente removido da circulação quando interage com os receptores LDL (LDL-R) que são abundantemente expressos em hepatócitos.
Após ligação LDL-R, LDL-C ocorre a endocitose e sofre catabolismo lisossômico.
Após este processo, o LDL-R é reciclado de volta à superfície celular.
A indução de respostas de anticorpos contra um auto-antígeno, como o PCSK9, está aparentemente limitada pelos mecanismos de tolerância das células B.
Essas células eliminam, inativam ou alteram a especificidade de células B potencialmente auto-reativas.

A. Tratamentos com estatinas para baixa do colesterol; B. Tratamento com a enzima PCSK9
Resultados obtidos até agora
O AT04A reduziu a quantidade total de colesterol nos ratos testados em 53%.
O dano de aterosclerose diminuiu 64% e os marcadores biológicos da inflamação dos vasos sanguíneos foram reduzidos em 21-28% em comparação com ratos não vacinados.
A redução dos níveis de colesterol total foi significativamente correlacionada com a concentração induzida de anticorpos.
Acredita-se que os anticorpos induzidos causaram a redução do colesterol e também são responsáveis pela redução do desenvolvimento da aterosclerose.
Se a vacina for capaz de replicar os mesmos efeitos benéficos em seres humanos, isso pode levar a terapias efetivas duradouras que só precisam que os impulsionadores anuais permaneçam em plena potência.
Testes humanos estão atualmente investigando a segurança e a viabilidade do AT04A em humanos.
A chegada da vacina no mercado levará ainda uns 6 anos, para que se conclua todos os testes.
O que é colesterol?
Colesterol é um álcool monoídrico não saturado.
É produzido naturalmente e obtido a partir de alimentos.
Isso significa que, altos índices de colesterol podem ser genéticos, pela alimentação e vida sedentária, ou ambas as causas.
O colesterol é importante porque faz parte da constituição da membrana que reveste as células dos tecidos e constitui matéria prima para a fabricação dos ácidos biliares, hormônios e vitamina D.
Colesterol é tudo igual?
Nós temos dois tipos de colesterol: o HDL e LDL.
HDL
O chamado colesterol bom, remove o excesso do colesterol no sangue reduzindo o risco de formação das placas de gordura.
Quanto mais alto seus níveis, melhor.
Índices baixos de HDL aumentam o risco de desenvolvimento de doen